Hoje vou falar de mim, isto é, do meu próximo livro de Contos intitulado: «Contos com Lavas» que será apresentado na Casa da Memória, em S. Filipe no fim desta semana.
Trata-se de uma colectânea de 12 contos que, como o próprio título sugere, as histórias e as personagens nela contidas foram recortadas em ambiente foguense. Sob protecção ou sob maldição (conforme o ângulo de abordagem da ficção) do medonho e do temido vulcão. É que de facto existe um autêntico «feiticismo» do foguense com o seu Pico.
Daí o título do livro e daí também o conteúdo de algumas histórias «bebidas» de alguma forma no magma do vulcão, ainda que simbolicamente.
Por se tratar de uma edição de Autor, torna a sua publicação num projecto que direi muito pessoal. Isto para justificar o que disse no início deste escrito que iria falar de mim.
Mas pensando melhor, vou alargar ligeiramente o âmbito do «ego» e abrir um parêntesis, e falar um pouco dos “riscos” de se editar um livro de “motu” próprio – aqui na minha terra – Por um lado, o mecenato, os patrocinadores escasseiam. Mas mesmo os que ainda o fazem, refiro-me às instituições financeiras dizem-se já “cansadas” de tantos pedidos para as muitas actividades que diariamente acontecem. Depois o autor nem sempre dispõe ab initio, do montante, que não é pouco, para a impressão de um livro. Felizmente que sempre vai aparecendo um co-patrocínio o que se agradece. A propósito, achei interessante o que me disse uma das instituições contactadas, que o critério dela para patrocinar livros se fixava apenas em manuais escolares e em livros científicos. Fiquei sensibilizada! Óptimo! Que seja para isso!
Por outro lado, é um “risco” pensando na existência do potencial leitor aqui nas ilhas, que segundo estatísticas, a percentagem ainda não satisfaz quando se pensa na “vida” plena de um livro.
Ora bem, de todo o modo, o facto de ver finalizado este meu projecto pontual e imediato, deu-me uma sensação boa! Porque fiz aquilo que gosto de fazer: escrever e escrever efabulando, recriando memórias, transfigurando realidades e assim tecendo os contos. Relendo-os, vou reencontrar parte da minha vivência, parte da comunidade de pertença, pela espécie de lastro cultural que se envolvem nas histórias ou que nos é devolvido por elas.
Bem-haja a ficção pela felicidade que dá!
1 comentários:
Parabems. pelo magnifico trabalho.
"Se nada mais souberdes, conhecei ao menos a história do vossa terra"
Cumprimentos
Adalberto Barbosa
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