Agir, interagindo…

domingo, 29 de janeiro de 2012
Nada como a comunidade local organizada para a paz e para a segurança! Quando assim acontece, podem crer que o objectivo pretendido, normalmente é alcançado. Se não a médio, no longo prazo as esperanças acrescem.
Digo isto, porque considero que tem sido positivo o efeito assegurado pelo movimento das cidadãs praienses, preocupadas e indignadas com a precaríssima segurança que se vive hoje na Cidade da Praia.
Através do seu Abaixo-Assinado que congregou mais de três centenas e meia de mulheres, demonstrou como de forma directa ou indirecta tem sofrido e observado o que se vem passando nesta cidade em que os assaltantes se tornaram “donos” das ruas. Além do mais, o Abaixo-Assinado dirigido às autoridades, reforçou – juntando uma voz específica e mais afrontada – o coro dos cidadãos praienses que já não aguentam tantos ataques e assaltos!
É algo simplesmente medonho, assustador e alarmante! Tornou-se insustentável e ganhou proporções inimagináveis para nós que cá vivemos.
O simples acto de sair de casa é, nos dias que correm, uma operação algo complicada, quase de alto risco para os atentos. Antes de se pôr o pé na rua, olha-se para à direita, para esquerda, para o lado, para diante e para trás. Já não tanto para se certificar da passagem de algum veículo eventualmente impeditivo da circulação do peão, mas para se verificar se por perto não estará um meliante, um marginal, pronto para nos assaltar.
Este é o nosso dia-a-dia…
Bem sei que o nosso pequeno movimento, (do grupo de cidadãs) poderá não passar de uma “gotinha de água” no grande oceano deste drama citadino e para a magnitude que o problema já atingiu.
É no entanto nossa convicção, que se nos aliarmos à sociedade civil organizada, às instituições e às associações, civis e religiosas que lidam com problemas sociais da infância, dos jovens e da família, para além de ficarmos a conhecer melhor a problemática que envolve todo esse desvio comportamental, saberemos cada uma de nós e em grupo, enquanto comunidade empenhada, desempenhar – porque melhor informada – um papel mais eficaz.
Poderá acontecer que se consiga assim, despertar para uma acção mais pronta, mais proveitosa, as autoridades que têm como atribuição e competência legalmente autorizadas, a defesa do cidadão.
Assim o esperamos.
Por outro lado, gostaríamos também ouvir – já é altura – referências elogiosas à nossa POP (Polícia de Ordem Pública) e não os lamentos constantes que fazem voz corrente, de uma suposta e por vezes já preconceituosa, porque tornada proverbial, “incapacidade” desta mesma corporação em acudir, em resolver, em pôr cobro à situação a que chegou a cidade/Capital.
Acreditamos que é possível resolver o grave problema por que passa a Praia, se a Assembleia Nacional, o Governo, o Presidente da República, a Justiça, a comunidade praiense, juntos e com alguma consonância, elegerem o crime e a violência urbanos como prioridade das prioridades em matéria de segurança interna.
Acreditamos igualmente que se encontrarão soluções para esta catástrofe social, se a sociedade civil atenta e organizada se debruçar sobre o problema através de acções direccionadas.
Ouso ajuntar a tudo isto, e na vertente da prevenção, duas, entre muitas outras acções. A primeira será a retirada de crianças vagabundas da rua, onde passam o dia. Seria um dos passos fundamentais, envovendo uma chamada de atenção aos progenitores dessas mesmas crianças, para as responsabilidades e as obrigações que detêm face ao ser que ao mundo trouxeram.
Em segundo lugar, às instituições que prestam cuidados à infância, o empenho em actuarem eficazmente para que o lugar da criança não seja a rua e de que devem estar cientes de que a rua é “escola” de “Thug” e de marginalidade.
Se os esforços foram convergentes e interactivos, os resultados serão colhidos futuramente de forma positiva.

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