Parabéns «Terra Nova»!

segunda-feira, 2 de março de 2015
Nesta ocasião especial, comemorativa de quatro décadas de labor cristão persistente e presente do «Terra Nova», através de artigos informativos e formativos. Torna-se de justiça realçar, na mesma linha, que este jornal nunca faltou ao seu dever cívico, social e participativo no que à sociedade cabo-verdiana dizia e diz respeito.
Nesta oportunidade de celebração dos 40 anos de existência, gostaria de expressar ao Jornal e a todos que nele trabalham dedicadamente, as minhas felicitações e os votos de longa continuação mantida e/ou renovada, numa linha que seja cada vez melhor para se chegar ao leitor.
  E já agora, num aparte – espero que a memória me não esteja a atraiçoar – creio poder afirmar que venho lendo o «Terra Nova» desde o seu primeiro número.
Afinal, tenho muito gosto em afirmá-lo e dizer também que isso tem sido um convívio profícuo e mutuamente partilhado, através, vamos lá, da minha modesta colaboração. Daí que como leitora assídua, me sinto igualmente testemunha do notável contributo que este jornal tem vindo a dar ao longo das suas quatro décadas, à causa da Língua portuguesa, da Literatura cabo-verdiana e das questões históricas, sociais e culturais que se colocam à cabo-verdianidade.
Em resumo: Um visível e notável contributo à cultura cabo-verdiana.
O «Terra Nova» ocupou desde o início da sua publicação, um espaço próprio e diferenciado dos outros, embora poucos, periódicos que circularam após a independência até antes da abertura democrática de 1990.
Com efeito, o TN era uma voz não alinhada num tempo não plural, e com restrições em matéria de liberdade de expressão pois, ainda vigorava o regime de Partido único e as suas consequentes e fortes limitações em matéria de liberdade.
Para além disso, a feição cristã do TN tornava ao tempo, este mensário, duplamente interessante.
Antes de prosseguir, abro um pequeno parêntesis para destacar o seu primeiro Director, Frei Fidalgo, pela coragem e pela determinação nunca vacilantes, com que suportou as vicissitudes que lhe foram aparecendo pelo caminho, decorrentes desse período (1975/90) e pela linha editorial imprimida que prestigiou o mensário.
Convém lembrar que nesse tempo e aqui nas ilhas, o «Terra Nova» funcionou como a única publicação que deu voz às vozes contrárias às do poder instituído. Isto aconteceu – nunca será de mais dizê-lo – muito graças ao então Director do mensário, profundo lutador pelos direitos cívicos, e quem, correndo riscos, acolheu sem titubear, artigos de opinião que criticavam a então situação reinante e “pour cause,” granjeou igualmente, respeito e admiração dos seus leitores.
Fecho o parêntesis e retomo o tema proposto em epígrafe.
Pois bem, o jornal como já foi referido, pôde felizmente contar – ao lado de artigos divulgadores da fé cristã – com artigos de índole cultural, histórica, social, sem esquecer os temas ligados às celebrações dos santos populares, e do folclore nacional.
Continuando, o TN tem vindo a dar ao leitor, ao longo do tempo, textos versando assuntos ligados ao ensino, à educação, algumas teses e artigos, em defesa da prática oral, da boa escrita e da expansão da Língua segunda cabo-verdiana, a Língua portuguesa, como parte estruturante da nossa identidade.
 Par além disso, não só em artigos como também, sob forma de entrevistas, o «TN» tem dedicado páginas à problemática da família desestruturada, da criança na/de rua, passando pela violência nas suas diversas formas, vêm merecendo a atenção deste jornal, o que demonstra bem a sua feição cristã e humanista.
Que ninguém se admire pois que o TN teve desde então, colaboradores com crédito e gabarito firmados. De entre eles, destacaria nomes como: Henrique Teixeira de Sousa, Edgar Gomes Santos, Luís Romano, Monique Widmer, Gilda Barbosa, Joaquim Saial, Adriano Miranda Lima, António Barbosa da Silva, Arsénio de Pina, Armindo Barbosa, Firmo Pinto, C. Salgado, Frei Bernardino Lima, o então Director, Frei Fidalgo de Barros. Mais recentes: Belino Sacadura, Casimiro de Pina, entre outros, e isto apenas para citar apenas alguns dos colaboradores culturais, que compuseram o mensário desde os primeiros números e o têm vindo a continuar.
Peço que me relevem se me falhou neste rememorar, algum e outro nome notável.
Por todas estas qualidades, o «Terra Nova» configurou-se “ab initio” e determinado a manter-se um periódico de consulta, diria obrigatória, para todos aqueles que gostam de se informar e queiram conhecer através de abordagens diversas, as histórias da terra e das gentes das ilhas.
A nova direcção do periódico parece-me apostada numa boa continuação, naturalmente evolutiva, o que aliás, é bom e reveladora de dinamismo.
Para finalizar este escrito e tal como o comecei, reitero as felicitações pelos 40 anos de vida do «Terra Nova» ao serviço de nobres causas e desejo-lhe a continuação do seu trabalho sob os melhores auspícios.   
Deixo neste registo, o meu testemunho singelo do quanto como leitora e colaboradora, devo ao «Terra Nova». Bem-haja TN!                      



  



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