Seria
melhor que a Administração Pública, ou quem de direito, acabasse de vez com esta
autêntica farsa em que se converteu o chamado horário contínuo ou único, nos
serviços públicos destas ilhas.
Um
logro que se presta a vários esquemas.
Ora
bem, vamos por partes. Da nossa experiência e da experiência dos que que nos
estão próximos, as informações não podiam ser piores em termos de serviço
prestado ao utente, nesta vigência enganosa de horário contínuo.
Para
ser mais directa, dirijo-me a si, caro leitor: tente deslocar-se a partir da uma
hora até às 14h30 (este intervalo não é assim tão rígido) a qualquer serviço público
para tratar um assunto. O que vai acontecer é que o “funcionário que trata deste
assunto foi almoçar.” E não há um substituto? Não, só ele é que trata deste
assunto! E pronto lá se foi a sua horinha tão preciosa desbaratada pela
desorganização e incúria de uma “Administração” que desconhece que não pode
haver vazios no atendimento do público. Mas
por vezes a situação é ainda pior! Isto acontece quando o assunto depende de um
circuito de atendimentos passando por mais do que um funcionário. Para melhor
entendimento, vou rapidamente contar um episódio que, aliás, deu mote a esta
nótula: Fiz umas dezenas de quilómetros para fazer o pagamento de um imposto
municipal. Chegada lá dirigi-me à Secretaria e fui logo atendida mas em vão
pois a funcionária que me atendeu disse-me muito polida e displicentemente: Tem
que vir mais tarde! A funcionária que trata disto foi almoçar. Eram 13h 27,
olhei para o relógio e continuei: Então a que horas devo vir? Às duas,
respondeu-me ela. Cinco minutos antes das duas lá estava eu a espera. Fui
atendida pela funcionária que acabara de chegar que ao saber do assunto que lá
me levava disse-me prontamente: Tenho muita pena mas vai ter que esperar pois o
tesoureiro foi almoçar. Tratava-se de um atendimento que teria de ser feito em
simultâneo por dois funcionários.
E
assim passei horas de irritante desgaste numa repartição pública à espera. E isto a acontecer num processo de horário
contínuo de atendimento público! Convenhamos!
Assim
sendo, não seria melhor fechar a repartição ao final da manhã e regressar à
tarde em horário normal? Do que este
engano permanente ao utente, de que se
trabalha continuamente?
Creio
que se trata de uma falsidade, de uma falta de respeito ao cidadão que
necessita ser atendido e que está convencido de que se cumpre o horário
contínuo.
Para
além de configurar “roubo” de horas , dentro das horas de trabalho
pré-estabelecidas e sabidas pelo agente atendedor e pelo utente.
Trata-se
de uma situação que necessita urgentemente ser revista, repensada e reformatada.
A
administração não pode e não deve mal tratar e desrespeitar descaradamente o
cidadão.
0 comentários:
Enviar um comentário