Horário Contínuo? Um verdadeiro embuste...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

 
 

Seria melhor que a Administração Pública, ou quem de direito, acabasse de vez com esta autêntica farsa em que se converteu o chamado horário contínuo ou único, nos serviços públicos destas ilhas.

Um logro que se presta a vários esquemas.

Ora bem, vamos por partes. Da nossa experiência e da experiência dos que que nos estão próximos, as informações não podiam ser piores em termos de serviço prestado ao utente, nesta vigência enganosa de horário contínuo.

Para ser mais directa, dirijo-me a si, caro leitor: tente deslocar-se a partir da uma hora até às 14h30 (este intervalo não é assim tão rígido) a qualquer serviço público para tratar um assunto. O que vai acontecer é que o “funcionário que trata deste assunto foi almoçar.” E não há um substituto? Não, só ele é que trata deste assunto! E pronto lá se foi a sua horinha tão preciosa desbaratada pela desorganização e incúria de uma “Administração” que desconhece que não pode haver vazios no atendimento do público.  Mas por vezes a situação é ainda pior! Isto acontece quando o assunto depende de um circuito de atendimentos passando por mais do que um funcionário. Para melhor entendimento, vou rapidamente contar um episódio que, aliás, deu mote a esta nótula: Fiz umas dezenas de quilómetros para fazer o pagamento de um imposto municipal. Chegada lá dirigi-me à Secretaria e fui logo atendida mas em vão pois a funcionária que me atendeu disse-me muito polida e displicentemente: Tem que vir mais tarde! A funcionária que trata disto foi almoçar. Eram 13h 27, olhei para o relógio e continuei: Então a que horas devo vir? Às duas, respondeu-me ela. Cinco minutos antes das duas lá estava eu a espera. Fui atendida pela funcionária que acabara de chegar que ao saber do assunto que lá me levava disse-me prontamente: Tenho muita pena mas vai ter que esperar pois o tesoureiro foi almoçar. Tratava-se de um atendimento que teria de ser feito em simultâneo por dois funcionários.

E assim passei horas de irritante desgaste numa repartição pública à espera.  E isto a acontecer num processo de horário contínuo de atendimento público! Convenhamos!

Assim sendo, não seria melhor fechar a repartição ao final da manhã e regressar à tarde em horário normal?  Do que este engano permanente  ao utente, de que se trabalha continuamente?

Creio que se trata de uma falsidade, de uma falta de respeito ao cidadão que necessita ser atendido e que está convencido de que se cumpre o horário contínuo.

Para além de configurar “roubo” de horas , dentro das horas de trabalho pré-estabelecidas e sabidas pelo agente atendedor e pelo utente.

Trata-se de uma situação que necessita urgentemente ser revista, repensada e reformatada.

A administração não pode e não deve mal tratar e desrespeitar descaradamente o cidadão.

 

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