Dia ímpar por nós vivido no ano de 1991, em
Cabo Verde.
Nunca é demais recordar aquele dia em que pela
primeira vez (foi mesmo a primeira vez!) na nossa história recente, o povo de
Cabo Verde se tornou eleitor livre, com verdadeira opção; e foi chamado às
urnas para depositar o seu voto, que representava a sua livre escolha de
Deputados, agregados a um dos dois Partidos políticos na altura, o PAICV
(Partido Africano da Independência de Cabo Verde) e o MPD, Movimento para a Democracia)
para o Parlamento nacional.
Sim, vivemo-lo – o 13 de Janeiro de 1991 – com
intensa emoção! Com um sentimento de liberdade e com a profunda convicção no
advento da democracia que percorriam com intensidade, estas ilhas atlânticas.
Os resultados das urnas – vitória para um, e
derrota para outro – foram importantes sim, porque propunham uma mudança, uma
alternativa. Mas o mais importante de tudo, e que constitui a essência da
celebração hoje, do 13 de Janeiro, é a liberdade de escolha eleitoral que
trouxe a cada cidadão das nove ilhas do Arquipélago.
O 13 de Janeiro de 1991, foi pensado e
edificado por homens e mulheres deste pequeno país insular, que sempre
almejaram a sua liberdade e acreditavam nas virtudes da democracia.
O 13 de Janeiro de 1991, trouxe a cada
cabo-verdiano a noção plena do Ser cidadão, dando-lhe a capacidade e o poder de
escolher - sem quaisquer outros condicionalismos que não seja a sua consciência
- o seu representante, para as tarefas ingentes da administração e do
desenvolvimento do país. Esta é a virtude-mor do 13 de Janeiro de 1991 e razão
pela qual, com um sentimento de recuperação da dignidade humana – liberdade – e
de pertença à causa democrática, o celebramos anualmente, recordando-o com consideração,
alegria, exaltação e muito apreço.
Acontece
que, ao receber hoje, o “bom dia” habitual dos nossos filhos, o mais novo, (que
naquela altura ainda se encontrava em casa paterna, estudante liceal)
acrescentou que jamais esquecerá a forma entusiástica e exultante, como
vivenciou o 13 de Janeiro de 1991. Tinha ele 15 anos. Percorreu, na companhia
do pai as ruas da cidade da Praia, que estavam em festa, tamanha era a alegria
de todos para esse despertar de liberdade e da democracia que a partir de aí
passou a ser norma e lei em Cabo Verde.
De facto, já se passaram 33 anos sobre aquele
momento histórico inolvidável e a sensação de euforia inexcedível e profunda
como o vivemos, permanece em nós, suas testemunhas, como um marco de suprema
referência da História de Cabo Verde.
E tal como comecei este escrito, assim o vou
terminar: Salvé! 13 de Janeiro, sempre!
1 comentários:
Estou seguro de que a maioria dos nossos conterrâneos subscreve este belo texto de celebração e exaltação da democracia conquistada em Cabo Verde nesse já longínquo ano de 1991. Como eu vivia em Portugal e fruía a democracia desde 1974/75, só passei a sentir-me um cidadão totalmente livre quando os meus queridos
conterrâneos passaram também a ser livres. Portanto, com
muito gosto junto a minha voz à da Dr.ª Ondina Ferreira para proclamar "Salvé! 13 de Janeiro, sempre!"
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