Esta é uma pequena e trágica história – que ouvi contar, não há muito tempo – de uma mãe de família (monoparental e disfuncional) do Bairro da Várzea na Praia
Vou narrá-la de forma curta e sem floreados, pois que, por mais volta que eu lhe pretenda dar ela é cruel de mais para que a sua narração comporte qualquer eufemismo.
Pois bem, a senhora tinha ou, ainda tem como actividade de sustento familiar, a venda de substâncias alucinogénias (droga) à porta do Liceu. Guardava o produto em casa, escondido dos filhos, de idades próximas das dos seus clientes…
Mas chega um dia em que dois dos filhos mais crescidos, um rapaz e uma menina adolescentes, descobrem o que a mãe vendia diariamente à porta de um estabelecimento de ensino. Resolvem provar o produto. Tomam-lhe algum gosto e passam a roubar e a usar em casa alguma porção da destinada à venda.
Nesse ínterim, a mãe foi-se apercebendo de que algo andava mal com os filhos pois que revelavam preocupantes alterações comportamentais tanto em casa, com na rua. Além do mais, ela já tinha intuído também que o produto para venda estava a ser domesticamente subtraído.
Descoberto tudo, entre gritos, zangas e ralhos, acudiram alguns vizinhos aos quais, – em grande pranto e berreiro – a vendedora de droga a adolescentes contou a desgraça que lhe caiu em casa.
Ora bem, entre comiserações e palavras de circunstâncias ditas por alguns dos presentes, sobressaiu uma vizinha que – sem papas na língua e bem colérica – lhe atirou:
- Bem feita para ti! Não andas a desgraçar os filhos dos outros? Ou não pensaste que o que estás a fazer podia cair também nos teus filhos?... - (traduzido do crioulo em que foi originalmente dito)
Sem mais comentários!
Moral da história? A existir e se é que se pode dizer assim, cada um retire a que achar correcta.
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