O título deste escrito inscreve-se
a propósito do texto recentemente publicado neste “Blog” e intitulado: “Legalidade, Legitimidade & Sociedade
Civil” para o qual convido o leitor do Coral
Vermelho, a uma leitura serena, pois que se tratou de uma análise
especulativa em que o autor pretendeu colocar como centro da alternância
democrática, o “poder de veto” que possui a oposição. Em resumo, à nossa
oposição com representação parlamentar e sempre putativo executivo próximo, traz
na sua força política dada pelo voto popular, essa capacidade de dizer ao
governo actual (à situação) de que, por exemplo, quando for poder, poderá
derrogar, alterar tal lei, tal dispositivo normativo que está a ter um efeito
perverso para o cidadão. Outro tema desenvolvido no referido texto foi o da
diferença entre a legalidade e a legitimidade pelo uso e por vezes pelo abuso que
o partido no poder faz da “sua maioria”. Tão simples como isto! Em suma, um
texto de todo em todo, de análise, reitero.
Vai daí, meus senhores,
desataram alguns leitores em insultos e numa verborreia descompensada que me
levaram a pensar, em duas possibilidades, quiçá justificáveis por tal atitude,
mas qual delas a pior.
A primeira, ou esta gente
(que comentou a despropósito) deixou de entender, de compreender e de
interpretar a língua portuguesa de vez, ou então, a segunda, não leram o dito
texto e seguiram o primeiro “comentador” qual rebanho ignaro! Que tristeza!
Perderam em qualquer das circunstâncias, uma hipótese interessante de se
informarem.
Volto a repetir que fiquei altamente perplexa
e preocupada com a incapacidade de interpretação de determinados leitores que
sem cuidarem de perceber o conteúdo do texto, desataram em descontextualizados
comentários recheados de impropérios grotescos e obscenos, sem qualquer nexo ou
lógica discursivos.
Como professora que fui, (se
calhar nunca se deixa de ser) confesso que me entristece ver escrito, este tipo
de comentários incompreensíveis. Revelam infelizmente que o raciocínio cognitivo
e o que se classifica de dedutivo/ analítico andarão muito em baixo na mente de
alguma da nossa gente escolarizada!
Não vá sem acrescentar que
tenho vindo a notar que “baixou” e muito, o nível intelectual, com relação à
idade e ao patamar de escolaridade entre a novel geração. Um exemplo disto verifiquei-o
eu em sessões lectivas, numa instituição de ensino superior e com uma turma que
estava a leccionar pela primeira vez e já em fase final da minha docência
activa. A determinada altura, pedi a cada aluno que escolhesse a seu gosto um
livro para ler e fazer uma recensão crítica. Acreditem que mais de metade da
turma escolheu um livro infanto/ juvenil da colecção dos “Cinco” ou similar! E
isto, entre jovens, alguns de maioridade e já no 2º ano do curso! Ou seja,
nenhum deles foi capaz de ler e de analisar, um romance a sério, ou um livro de
contos ou de poemas, ou ainda de outro género. Altamente preocupante! Claro que
existem excepções! Mas lá está, infelizmente são cada vez mais raras.
De qualquer modo, tudo isto é confrangedor
para gente da minha geração com alguma literacia.
Ah! Já me ia esquecendo, uma
nota “en passant” para os que teimam em ver-me “candidata” a cargo presidencial.
Agradeço mas não estou minimamente interessada. Deixei a política activa em
2000 e por ela passei como missão cívica. Respeito os que estão nela, mas não
os invejo. Bem pelo contrário, não queria e nem desejaria estar-lhes na “pele”
como sói dizer-se. Considero-me uma cidadã e uma mulher bem realizada. Pertenço
hoje a um clube fantástico: O das avós! Invento e conto imensas histórias aos
meus netos. Colaboro com instituições de solidariedade social; ajudo com
prazer, alguns estudantes com teses de final de curso. Cuido com amor da casa e
das plantas. Leio, escrevo, canto, nado e passeio. A minha família, os meus
amigos e os meus antigos alunos mimam-me muito! Sinto-me privilegiada.
Bem o meu escrito já vai
longo e não foi essa a intenção primeira; apenas quis, com isto manifestar o
meu espanto pela manifesta incapacidade de leitura, de interpretação e de
crítica de alguns leitores que subscreveram tão inopinados e incorrectos comentários,
com relação ao texto: “ Legalidade,
Legitimidade e Sociedade Civil” aqui publicado.
Por último, uma sugestão
amistosa para os referidos leitores: se têm pretensões críticas, o que não é
mau, estudem, leiam, informem-se e, sobretudo, cuidem da linguagem! Após isto,
comentem.
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