Em português nos entendemos?...

sábado, 6 de junho de 2015

Recebi este e-mail e achei-o interessante porque se apoia numa das razões que justificam ou justificaram o famigerado (des)acordo ortográfico. Vou publicá-lo tal qual o recebi excepto o título que seria “Uniformizar ‘bora lá”.


No outro dia, ouvi o Malaca Casteleiro dizer que o Acordo Ortográfico em que trabalhou incansavelmente ao longo de anos e anos, teve por objectivo uniformizar a língua entre todos os países de expressão portuguesa.

Assim sendo, os brasileiros têm rabo ou somos nós que vamos passar a ter bunda?

E as senhoras, as de cá passarão a usar calcinha ou são as de lá que usarão cuecas?

De fato eles vestem fato ou nós, de facto, de futuro envergaremos terno?

O governo de cá rouba-nos a grana ou é o de lá que lhes sonega o carcanhol?

Passamos a ir à lanchonete ou são eles que vão ao café?

Vamos beber um bagaço à tasca ou uma cachaça ao boteco?

E o tipo que defende a baliza, é para eles guarda-redes ou, para nós, será goleiro?

E como nos passaremos a mover? Nós de trem, ônibus, bonde, ou eles de comboio, autocarro, eléctrico?

Esperamos pelo transporte na parada ou continuaremos a fazê-lo na paragem? 

Respeitamos a bicha na paragem ou antes a fila na parada?

E aquele gajo porreiro, de pêra, que vai a sair da esquadra? Vamos ter que dizer que é um cara legal, de cavanhaque, a sair da delegacia?

Se quisermos agrafar um relatório, recorreremos a um grampeador ou a um agrafador?

E se o nosso fito é afiar um lápis, agarramos num apontador ou num apara-lápis?

Fomos à privada e não usámos a descarga ou fomos à retrete e não puxámos o autoclismo?

E por aqui, pela merda, me fico. Em castelo. À Casteleiro. Em bom português, do único, porque merda é merda, aqui ou no Brasil.

Não sei quem é o autor, mas, daqui, chapeau!

P.S. - Os meus e-mails são redigidos em profundo desacordo e intencional desrespeito pelo Aborto Ortopédico - perdão! Acordo Ortográfico.

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