Infelizmente é verdade, ou melhor, já se tornou numa triste realidade a premissa interrogativa do título deste escrito, relativamente ao que se ouve dizer sobre o festival da praia da Gambôa.
Reparem bem: no dia a seguir à primeira noite deste festival que pretendeu (será que pretende ainda?) ser algo emblemático da nossa cidade, os comentários que se ouvem são de “tapar os ouvidos”! Até pode ir nisso algum exagero e se pensar que quem conta um conto, lhe acrescenta um ponto. De qualquer forma, escute-se o que por aí se diz sobre a noite ou o fim da noite da Gambôa.
Interessante é que não se fala da música, dos grupos que actuaram, se se gostou mais desta ou daquela banda musical; não se fala do bonito fogo de artifício. Ao invés, todos ou quase todos os comentários dão conta da selvajaria de algum público assistente, de garrafadas, de facadas, de pedradas, de corridas ao hospital com feridos e agredidos… enfim, um horror!
Já chega! Já se tornou evidente que para além de ser dentro da cidade, o festival de música da praia de Gambôa, há muito que já devia ter sido retirado de cena, pelo menos do perímetro da cidade da Praia.
É triste ter que falar assim de algo, que devia ser um momento privilegiado para os artistas musicais, as bandas nacionais e estrangeiras, terem oportunidade de estar em palco, de verem o seu produto artístico valorizado, e até puderem também estar mais perto dos seus fãs e de estes os ouvir ao vivo. Mas não, o que fica na memória e o que é contado com maior veemência, não é a qualidade das vozes e das melodias escutadas, isto é, do que se passou no palco, mas sim da violência presenciada no areal da praia.
Não é por acaso que gente prevenida e temerosa, não põe lá os pés
Eu já comungo de há muito, das vozes que já se levantaram e continuam a levantar-se junto da Câmara Municipal da capital (ela própria, creio eu, já se interroga sobre os problemas do festival) a solicitar que se organize, que se aborde e que se estruture esse festival musical de uma forma diferente, pois tal como ele vem sendo realizado, corre o risco de ficar de…triste memória!
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