Será
que na quadra festiva, um tempo de celebrações familiares, amigas e de harmonia
se deva escrever um texto tão negativo como o que proponho escrever? Não sei,
fica-me a dúvida...
Só
que não consigo calar a minha indignação perante a ameaça, diária e constante
que a cidadã - não importa a faixa etária - está sujeita nesta cidade da Praia,
quando põe o pé na rua.
Os
assaltos são frequentes ao longo do ano e crescem com particular gravidade na
Quadra que atravessamos. Infelizmente a segurança policial, ou outra, não
cresce em eficácia - nem de longe, nem de perto - em igual proporção.
Observo
que a polícia é imediata, quando se trata de multar um estacionamento infractor.
Não discordarei. Pena é que não tenha igual presteza, quando um cidadão é
assaltado em plena rua movimentada pelos mesmo carros que são por eles
multados.
A
verdade porém, é que nos locais, na hora, e nos momentos de assalto, nenhum
polícia está por perto...
São-nos narrados, ouvimos e assitimos em ritmo
diário a episódios de roubos a residências, a lojas, de assaltos na rua. Enfim,
para mal dos nossos pecados isto passou a ser conversa diária em qualquer sítio
que se esteja.
Para
exemplificar, narrarei um desses episódio a que assiti recentemente.. Passou-se
no passeio à beira-mar no Palmarejo,
local onde, ao fim do dia, muita gente se junta para a caminhada, para a
corrida vespertinas. Ora bem, uma jovem munida de máquina fotográfica, fotogravava o mar perto e
a paisagem em volta. As pessoas iam e vinham ao longo do “calçadão”. Eis que no
meio disto surge um grupo de cerca de seis a oito rapazes bandidos,
autênticas aves de rapina que se atiram de surpresa sobre a moça, quais
abutres sobre a presa; ela caiu desamparada, arrancaram-lhe a câmara
fotográfica e fugiram a correr à vista de todos. Tudo vi impotente embora, pois
apenas pude gritar por socorro...mas de nada me valeu. A polícia chegou depois.
Aliás, cenas como esta são diárias e de
elevada frequência nas ruas e nos becos da cidade e dos bairros da Praia. Tornaram-se numa constante e sem fim à vista. Se
não são máquinas, são carteiras, são
compras, enfim, tudo que alguém transporte consigo, é-lhe arrebatado de forma
violenta.
Para
quando uma segurança eficaz da cidade?
Quem,
em consciência, mulher, nacional, praiense, se sente segura nas ruas da cidade?
Quem
em honesto pensamento, convida ou recomenda um estrangeiro amigo a visitar esta
terra? É que no momento seguinte ao
convite, preocupado ficará com a segurança da pessoa amiga.
Vivemos
em risco permanente nesta cidade tão insegura para os seus habitantes. As
mulheres e os idosos que o digam! São as principais vítimas dos ladrões e dos
bandidos.
Por
vezes pergunto-me: que turistas nos visitarão? ...apenas virão uma vez e devem jurar nunca mais cá voltar, pois que,
volta e meia, são assaltados, maltratados física e psicológicamente pelos
bandidos que pululam - com um à-vontade
estranhíssimo - esta cidade, capital das ilhas.
Por
certo que não ficarão com vontade de recomendar Cabo Verde a ninguém mais.
Este
país, cujos governantes, por um lado, tanto alarde fazem do seu turismo mas não
oferecem por outro lado, algo que é vital para a sustentabilidade desse mesmo
turismo, que é a segurança do cidadão residente/visitante/turista e dos seus
bens.
Espero,
faço votos que se conheçam proximamente no programa governativo de algum
partido político, concorrente às eleições legislativas, a prioridade devida e
explicitada; a política e o “modus operandi” na área da segurança em Cabo
Verde, com particular acuidade para a cidade da Praia, a mais insegura do país.
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