Viver numa cidade insegura, é viver em risco permanente...

terça-feira, 29 de dezembro de 2015
 
Será que na quadra festiva, um tempo de celebrações familiares, amigas e de harmonia se deva escrever um texto tão negativo como o que proponho escrever? Não sei, fica-me a dúvida...
Só que não consigo calar a minha indignação perante a ameaça, diária e constante que a cidadã - não importa a faixa etária - está sujeita nesta cidade da Praia, quando põe o pé na rua.
Os assaltos são frequentes ao longo do ano e crescem com particular gravidade na Quadra que atravessamos. Infelizmente a segurança policial, ou outra, não cresce em eficácia - nem de longe, nem de perto -  em igual proporção.
Observo que a polícia é imediata, quando se trata de multar um estacionamento infractor. Não discordarei. Pena é que não tenha igual presteza, quando um cidadão é assaltado em plena rua movimentada pelos mesmo carros que são por eles multados.
A verdade porém, é que nos locais, na hora, e nos momentos de assalto, nenhum polícia está por perto...
 São-nos narrados, ouvimos e assitimos em ritmo diário a episódios de roubos a residências, a lojas, de assaltos na rua. Enfim, para mal dos nossos pecados isto passou a ser conversa diária em qualquer sítio que se esteja.
Para exemplificar, narrarei um desses episódio a que assiti recentemente.. Passou-se no passeio à beira-mar  no Palmarejo, local onde, ao fim do dia, muita gente se junta para a caminhada, para a corrida vespertinas. Ora bem, uma jovem munida de  máquina fotográfica, fotogravava o mar perto e a paisagem em volta. As pessoas iam e vinham ao longo do “calçadão”. Eis que no meio disto surge um grupo de cerca de seis a oito rapazes  bandidos,  autênticas aves de rapina que se atiram de surpresa sobre a moça, quais abutres sobre a presa; ela caiu desamparada, arrancaram-lhe a câmara fotográfica e fugiram a correr à vista de todos. Tudo vi impotente embora, pois apenas pude gritar por socorro...mas de nada me valeu. A polícia chegou depois.
 Aliás, cenas como esta são diárias e de elevada frequência nas ruas e nos becos da cidade e dos bairros da Praia.  Tornaram-se numa constante e sem fim à vista. Se não são máquinas, são carteiras,  são compras, enfim, tudo que alguém transporte consigo, é-lhe arrebatado de forma violenta.
Para quando uma segurança eficaz da cidade?
Quem, em consciência, mulher, nacional, praiense, se sente segura nas ruas da cidade?
Quem em honesto pensamento, convida ou recomenda um estrangeiro amigo a visitar esta terra? É que  no momento seguinte ao convite, preocupado ficará com a segurança da pessoa amiga.
Vivemos em risco permanente nesta cidade tão insegura para os seus habitantes. As mulheres e os idosos que o digam! São as principais vítimas dos ladrões e dos bandidos.
Por vezes pergunto-me: que turistas nos visitarão? ...apenas virão uma vez e  devem jurar nunca mais cá voltar, pois que, volta e meia, são assaltados, maltratados física e psicológicamente pelos bandidos que pululam -  com um à-vontade estranhíssimo - esta cidade, capital das ilhas.
Por certo que não ficarão com vontade de recomendar Cabo Verde a ninguém mais.
Este país, cujos governantes, por um lado, tanto alarde fazem do seu turismo mas não oferecem por outro lado, algo que é vital para a sustentabilidade desse mesmo turismo, que é a segurança do cidadão residente/visitante/turista e dos seus bens.
Espero, faço votos que se conheçam proximamente no programa governativo de algum partido político, concorrente às eleições legislativas, a prioridade devida e explicitada; a política e o “modus operandi” na área da segurança em Cabo Verde, com particular acuidade para a cidade da Praia, a mais insegura do país.
 
 
 

0 comentários:

Enviar um comentário