sexta-feira, 11 de março de 2016

Porque estamos em tempo de campanha eleitoral e a maldita praga da “compra de votos” dos pobres e dos emigrantes igualmente pobres, instalou-se entre nós  de uma forma afrontosa e descarada, com casos julgados em tribunal; porque temos de dar um basta! a esta violentação de consciências,  vai aqui transcrito da LUSA, o veemente apelo da Igreja Católica. Bem haja!

 
O apelo oportuno da Igreja Católica de Cabo Verde

 A Igreja Católica de Cabo Verde através dos seus Bispos, encabeçada pelo seu Cardeal, exorta os cabo-verdianos a "não venderem, nem trocarem o seu voto", apelando para a denúncia de qualquer tentativa de "compra de consciência" nas eleições deste ano.

Numa nota pastoral sobre as eleições de 2016, divulgada hoje, os bispos cabo-verdianos, "encorajam cada católico ou cada cidadão" a "não deixar que nada nem ninguém o obrigue a votar contra a sua consciência, a nunca vender nem trocar por nada o seu voto".

"Apelamos a que denuncie vigorosamente às autoridades competentes toda a tentativa de manipular ou desvirtuar o seu voto, a troco de favores e outros meios ilícitos e antidemocráticos", adiantam os bispos de Santiago, cardeal Arlindo Furtado, e do Mindelo, Ildo Fortes.

A nota pastoral apresenta "alguns princípios a ter em conta" no período eleitoral, sublinhando a necessidade de "exortar os cidadãos para o seu dever político e cristão de exercer de forma livre, consciente e autónoma o seu direito-dever de votar".

Os líderes da Igreja Católica em Cabo Verde esclarecem que não querem dar qualquer indicação de voto, mas manifestam o desejo de que "os cristãos votem segundo as exigências da doutrina social da Igreja, os direitos fundamentais da pessoa humana e em resposta às necessidades sociais, culturais, educacionais e económicas da sociedade".

"Escolher os deputados da nação é um compromisso social e cristão muito sério, porque se trata de eleger aqueles que em nome do povo vão fazer leis e governar o país num contexto social, cultural e económico conturbado", referem.

Sublinham, por isso, que os candidatos "devem ser escolhidos com base em princípios éticos fundamentais. O voto deve ser dado a quem pode realmente dar respostas razoáveis e reais às questões da atual sociedade cabo-verdiana".

Os bispos apelam ainda para a participação eleitoral nas três eleições que o país realiza este ano - legislativas, autárquicas e presidenciais. "São três grandes oportunidades para os cidadãos darem a sua colaboração na edificação de uma sociedade mais justa, democrática e fraterna, através do voto", sublinham.
O documento da Igreja Católica indica ainda que todos são "livres de apoiar um ou outro partido" e que "ninguém deve considerar quem pensa diferente como um inimigo a abater".

"O espírito democrático e a maturidade humana e política devem levar-nos a aceitar o pluralismo de ideias e programas como algo natural entre pessoas que amam igualmente a sua pátria e procuram o bem comum. A unidade deve prevalecer sobre o conflito", refere o texto.

 Os bispos manifestam também o desejo que a campanha eleitoral em curso e as outras que virão "sejam marcadas pela ética e pela elevação do discurso".
"A campanha eleitoral serve para elucidar o cidadão quanto aos problemas sociais e dar a conhecer os candidatos e as propostas de cada partido [...] é uma oportunidade de reflexão sobre o que precisa ser escolhido e implementado em Cabo Verde e sobre o que deve ser mudado e rejeitado", adiantam.

Texto transcrito da LUSA – Agência de Noticias, 09 Março de 2016.



Parte inferior do formulário

 

1 comentários:

Adriano Miranda Lima disse...

Tiro o meu chapéu aos dirigentes da Igreja Católica em Cabo Verde. Se assim se pronunciaram é porque têm razões sobejas para o fazer. E as suas razões se fundam num conhecimento de que os padres têm condições privilegiadas para obter.

Enviar um comentário