segunda-feira, 13 de março de 2023

 

Com a devida vénia ao seu autor, Miguel Herdade, tomámos a liberdade de aqui transcrever o texto publicado em: «Comunidade Cultura E Arte».

O assunto, como o próprio título indica, é universal e não perde actualidade. Para Cabo Verde faz todo o sentido, porque vivemos uma crise na escola pública nacional, com ausência gritante do tal “grande professor” de que fala o texto e de que tanto necessita o aluno cabo-verdiano!

Com efeito, toda a criança merece ter um bom professor no seu processo de ensino-aprendizagem. Vejam as vantagens disso, lendo o texto que se segue:

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Dar a todas as crianças um grande professor, por favor!

 

por Miguel Herdade,    5 Março, 2023

 

 

Três ensaios sobre desigualdade e educação. Parte I: “os professores”.

Nada, coisa nenhuma. Absolutamente nada. Nas escolas, não há nada mais importante para o futuro das nossas crianças do que o professor que elas encontram dentro da sala de aula.

A evidência científica de que dispomos é clara, e mostra-nos que a pessoa que temos diante de nós na sala de aula vai ter um impacto que marca toda a nossa vida, influenciando o que aprendemos, as escolhas que fazemos, e até os nossos salários na idade adultaDar a todas as crianças um grande professor pode ser uma das melhores ferramentas para potenciar as capacidades de cada uma delas mas, também, para diminuir as desigualdades, criar um país melhor, mais rico e mais justo. Não acredita? Então leia este artigo.

É pena que, em pleno século XXI, tão poucos pais, alunos, políticos e pessoas comuns — por vezes, até os próprios professores — tenham a noção do poder verdadeiramente transformador desta profissão. Vejamos.

A escola: será mérito, ou mera sorte?

A nossa vida é marcada por imensos factores que ninguém realmente escolhe. São, digamos assim, fruto do acaso: ninguém tem a possibilidade de escolher o país em que nasce ou a quantidade de dinheiro que os seus pais têm. Estes factores aleatórios como a pobreza, a cor da nossa pele, ou a escolaridade dos nossos pais criam barreiras que nos põem em situação de desvantagem e têm um impacto enorme na nossa vida.

Esta desigualdade é evidente no nosso percurso escolar, alastrando-se para a universidade (para quem consegue lá chegar) e, depois, na vida adulta:

Se retratarmos Portugal como um grupo de 10 jovens, 5 deles andaram no ensino superior [1]. Contudo, se olharmos para 10 jovens nascidos em famílias pobres e com pais pouco qualificados, vemos que em média só 1 conseguiu lá chegar [2]. Por outro lado, se der um saltinho a uma faculdade de medicina, verá num mesmo universo de 10 alunos que 7 tinham pais licenciados. Se vier jantar comigo, descobre que todos os 10 membros do meu grupo de amigos tiveram a sorte de andar na universidade.

E não é por acaso que assim é. De facto, os maiores determinantes [3] da nossa capacidade de ter boas notas são o contexto socioeconómico em que nascemos, a escolaridade dos nossos pais e, em especial, da nossa mãe. Aliás, este último tema é tão importante, que fica já prometido para a Parte II desta trilogia sobre educação e desigualdade.

Mas, afinal, se o que importa é o contexto socioeconómico dos alunos, porque é que este é um texto sobre professores? Vamos pegar num exemplo:

Imagine uma criança nascida numa família numerosa. Estatisticamente, é provável que essa criança tenha pais pouco qualificados e tem, certamente, uma probabilidade maior de ser pobre, de passar privações alimentares, e de viver numa casa sobrelotada, dividindo um quarto que partilha com vários irmãos sem ter espaço para estudar e fazer os trabalhos de casa [4]. Na casa ao lado, os vizinhos também têm uma criança, que até é filha única, mas são um casal de emigrantes e não falam português como primeira língua. Estas duas crianças partem em situação de desvantagem e de desigualdade, mas por motivos diferentes. Todos estas barreiras que estas crianças enfrentam exigem soluções que envolvem mexer em vários problemas diferentes: o espaço e qualidade das casas, os ordenados baixos e as barreiras linguísticas, entre outros factores. Se, por um lado, os problemas em casa e na família são um verdadeiro quebra-cabeças, há um local comum na vida dessas duas crianças: a escola.

“Os professores são duas a três vezes [6] mais importantes nos resultados dos alunos do que qualquer um daqueles assuntos que estamos sempre a ver discutidos até à exaustão.”

É a escola, esse local sagrado, o sítio onde podemos dar às crianças as ferramentas para quebrar barreiras e desvantagens que a vida lhes deu. Ainda que por vezes o faça (e há professores, em Portugal, a levarem comida de casa para dar aos seus alunos), o papel principal da escola não é resolver todas as falhas do Estado Social no imediato. O papel da escola é dar a essas crianças as melhores condições para aprenderem, apesar de toda a desvantagem da sua vida. É através desse papel que as crianças podem adquirir conhecimentos, navegar até à idade adulta, conseguir salários mais altos e aspirar a uma vida melhor. Uma escola que consiga isso está a combater as injustiças da vida, um sistema de ensino que falhe nessa missão perpetua as desigualdades existentes.

Mas a escola não é uma abstracção. Pelo contrário, é um sistema complexo que tem lá dentro um elemento muito especial e, por vezes, mal compreendido, que são os professores [5].

A qualidade de um sistema de ensino nunca pode ser superior à qualidade dos seus professores

Os professores são, de longe, o factor que maior impacto tem nos resultados dos nossos alunos ao nível da escola. Os professores são duas a três vezes [6] mais importantes nos resultados dos alunos do que qualquer um daqueles assuntos que estamos sempre a ver discutidos até à exaustão. Estou a pensar em coisas como o tamanho das turmas [7], se os telhados das escolas têm amianto, se Os Maias são uma seca, ou se a cadeira de Cidadania e Desenvolvimento deve ou não existir.

Mas os professores não são todos iguais. Como em tudo na vida, há professores melhores e piores. E também há, claro, professores que têm melhores condições para trabalhar do que outros. Podem ter turmas mais complicadas, directores que os apoiam ou não, mais ou menos papelada para preencher, e um sem número de constrangimentos que, de facto, têm impacto na sua performance a ensinar.

De uma forma simplificada, podemos dizer que os professores mais eficazes conseguem ensinar em seis meses aquilo que um professor mediano demora um ano a ensinar. Já no caso dos professores menos eficazes, essa mesma aprendizagem demora dois anos a transmitir [8]. Há muitas formas de medir o impacto dos professores nos alunos, e os estudos que procuram a relação entre os professores e os alunos são extraordinariamente consistentes em vários países e contextos [9]Ter acesso aos melhores professores tem um impacto ainda maior nos alunos de contextos mais desfavorecidos [10] apesar de, infelizmente, estes professores terem uma probabilidade menor de ensinar em escolas em zonas desfavorecidas [11].

Um estudo de 2021, feito para os alunos e professores portugueses [12], concluiu que se todos os alunos do 3.º ciclo conseguissem ter acesso a um professor altamente eficaz, a percentagem de alunos com negativas a Português diminuía de 48% para 10%. É este o poder de um grande professor.

Uma das perspectivas de que falamos menos é o impacto que um professor tem nos nossos salários quando crescemos

Sim, um bom professor ajuda-nos a ganhar mais dinheiro quando crescemos [13]. Um dos estudos mais interessantes que comprova este facto vem dos Estados Unidos, onde um grupo de académicos de Harvard e Columbia analisaram os resultados escolares de mais de um milhão de alunos [14]. Cruzando esses dados com as avaliações dos seus professores e as declarações de impostos dessas mesmas crianças, já em idade adulta, conseguiram perceber qual era a diferença entre termos acesso a um professor melhor ou pior.

As conclusões são brutais [15]Ter acesso a um dos professores mais eficazes no sistema de ensino melhora as aprendizagens dos alunos, dá-nos uma maior probabilidade de entrar para a universidade e ter um salário mais alto ao longo da vida. De acordo com esses dados, substituir um professor de baixo-valor acrescentado por um professor mediano gera um aumento de rendimentos de 250 mil dólares por sala de aula!

 

O problema, já adivinhou, é que é muito mais fácil ser um professor eficaz quando se ensina numa escola de uma zona mais rica e onde os alunos passam menos dificuldades. Pelo contrário, os professores que ensinam em escolas que servem comunidades pobres encontram enormes dificuldades em fazer o seu trabalho em condições. Pense na diferença que é tentar ensinar uma criança com o estômago vazio.

Ser professor é mesmo difícil

No seu emprego ou local de trabalho, quantas vezes já olhou à volta e pensou: «bolas, esta gente com quem eu trabalho não ajuda nada, parecem todos umas crianças». Pois, imagine agora que essas pessoas com quem você trabalha todos os dias são de facto um grupo de 30 crianças e que, muitas vezes, estão ativamente a desajudá-lo na sua missão, fazendo birras e gerando conflitos. Pense no quão mais difícil todos estes problemas se tornam se der aulas numa escola que serve uma comunidade desfavorecida, onde os alunos vivem em pobreza, em casas degradadas, com pais que têm dois e três empregos ou, pior ainda, por vezes não têm nenhum. Crianças sem livros, cadernos e, muitas vezes, sem ter o que comer. Ser professor é verdadeiramente apaixonante, mas difícil.

Estas dificuldades passam, também, pelas condições de trabalho: gabinetes (quando existem) frios e com bolor, cargas horárias complemente colossais e com mais tempo a tratar de papelada do que a preparar aulas. Aliás, em preparação para este texto compilei uma lista de pelo menos, 25 documentos que os professores têm de preencher todos os anos, várias vezes para diferentes alunos, com siglas malucas e indecifráveis que vão do PEI («Plano Educativo Individual») ao RGHR («Relatório do Grupo de Homogeneidade Relativa»). Não é por acaso que 80% dos professores portugueses reporta a burocracia como um dos principais motivos de stress [16], o valor mais alto de todos os países da OCDE. Isto para além dos testes, exames e trabalhos de grupo para corrigir. Já percebeu onde quero chegar.

De facto, a vida de professor é estupidamente stressante e o impacto físico e psicológico desta profissão pode, até, ser superior ao dos médicos, bombeiros, ou polícias [17]Um terço dos professores portugueses tem níveis de stress muito altos e alguma evidência sugere que Portugal é o país da Europa onde os professores têm níveis mais elevados de stress [18]. Para além disso, há em Portugal um elemento estranhíssimo na vida dos professores — que penso até ser único no mundo desenvolvido — que é o famoso «sistema de colocação de professores». Esse sistema dita que as escolas não têm autonomia para escolherem os professores que querem contratar, consoante as equipas que precisam, os alunos que têm e as circunstâncias daquela escola. Não é raro encontrarmos escolas que recebem um professor de que os alunos gostam, de que os pais gostam, de que os outros professores gostam, mas, no ano a seguir, é enviado para outro lado, pela impossibilidade de o integrar nos quadros. O sistema leva a situações completamente penosas de professores que ensinam em Bragança, num ano, e em Faro, no ano seguinte. Estes professores vivem com a casa às costas e sacrificam-se em prol das crianças do nosso país. São vítimas de um sistema que tantas vezes não lhes permite viver na mesma cidade que a mulher ou marido e, também, os seus próprios filhos que só vêem, com sorte, aos fins-de-semana. É intolerável.

Mas, também, a forma como gerimos este recurso tão importante (os professores) falha claramente na sua missão: garantir que todas crianças, independentemente do seu contexto social, tenham acesso a uma educação de excelência. Um bom exemplo disso é que, em Portugal, por alguma razão misteriosa, valorizamos características dos professores que não têm nenhum impacto nas aprendizagens e resultados dos alunos. De facto, o que conta para a colocação de um professor são a sua nota de licenciatura e há quanto tempo dá aulas: dois critérios que, obviamente, nada nos dizem sobre se um professor ensina melhor ou pior. Sem surpresas, esta conclusão foi confirmada por um estudo recente, que já mencionámos neste texto, que observou um milhão e setecentos mil alunos e 42 mil professores portugueses [19].

Perante este estado de coisas, só posso concluir que os professores portugueses fazem milagres apesar do sistema de ensino e não por causa do sistema de ensino. No fundo, o sistema, com todas as suas falhas, torna a vida dos professores mais difícil, em vez de os apoiar a fazerem aquilo que sabem fazer melhor — ensinar os seus alunos.

Não temos professores, e agora?

Perante a situação esdrúxula que descrevi acima, ninguém ficará espantado se eu lhe disser que há um problema absolutamente dramático de falta de professores em Portugal. A situação é de tal forma grave que, se nada fizermos, nos próximos três anos cerca de 250 mil alunos [20] vão ficar sem aulas a pelo menos uma disciplina. Para dar uma noção da escala do problema, esse número equivale a metade de todas as crianças entre o 7.º e o 12.º ano. Uma autêntica barbárie.

O sistema que temos está obviamente caduco. O problema com que nos deparamos acontece por dois motivos: em primeiro lugar, a população docente envelheceu e cerca de 39% dos professores vão reformar-se até 2030. Isto significa que, até ao final da década, vamos ter de contratar quase 35 mil novos professores [21]. Isto, apesar de o número de alunos também estar a cair a pique.

Em segundo lugar, os jovens não têm interesse em serem professores. Isto acontece apesar de, como se aponta muitas vezes, os professores portugueses (em média) receberem relativamente bem quando comparados com os seus congéneres de outros países europeus. Mas essas comparações reflectem a média dos professores num país com uma população docente em fim de carreira e, por isso, naturalmente com um grande número de docentes com ordenados mais altos. Por oposição, os professores mais novos e aqueles que estão fora dos quadros não recebem salários dignos e competitivos. Prova disso é que os salários não conseguem ser atractivos: em 2021, Portugal contou com apenas três novos professores de físico-química.

Como garantir que todas as crianças têm um grande professor?

O primeiro elemento essencial é a quantidade. Obviamente, temos de garantir que há professores suficientes nas salas de aulas. Para isso, vamos ter de alterar a forma como contratamos e formamos os nossos professores, tornando as vias mais atractivas e menos estritas. Depois, para resolver o problema no curto prazo, podemos pensar em trazer antigos professores de volta para a sala de aula, ou requalificar profissionais de outras áreas para aprenderem a ser professores. Outras ideias já testadas podem passar por criar incentivos financeiros [22] para atrair professores para disciplinas que estejam mais em falta ou para regiões que sejam menos atractivas. Mas uma coisa é certa: centralizar a contratação de professores não ajudou a resolver a falta de docentes em Portugal, e a evidência demonstra que sistemas centralizados prejudicam os resultados dos alunos, sobretudo em escolas com maior número de crianças e jovens desfavorecidos [23].

O segundo ponto essencial é garantir a qualidade dos professores. Este é um tema particularmente complicado [24], desde logo, porque temos de definir o que entendemos por qualidade ou eficácia[25]. Logicamente, do meu ponto de vista, a qualidade de um professor mede-se pelo impacto que ele tem nos alunos. Parece-me evidente que a eficácia não se mede pelas notas dos alunos, mas sim pela diferença que um professor pode fazer em relação ao ponto de partida dos alunos. Não me parece descabido dizer que um professor que consegue que a maioria dos seus alunos tenha positivas, numa turma de alunos desfavorecidos, é mais eficaz do que outro professor que tenha exactamente os mesmos resultados numa escola de classe-média.

Mas a resposta honesta é que, na verdade, ninguém sabe muito bem como criar professores altamente eficazes. Há algumas pistas para as quais podemos olhar. A ideia mais óbvia é tentar atrair os professores academicamente mais hábeis para o sistema de ensino, como fazem em Singapura, na Finlândia (cujo sistema de ensino já teve, enfim, melhores dias), ou na Coreia do Sul. Nestes países, a profissão é tão prestigiada socialmente que, tal como os médicos, os professores recrutados são, essencialmente, todos alunos de topo.

Acontece que alguém ter sido um bom aluno não é, necessariamente, garantia de vir a ser bom professor. Aliás, como demonstrámos acima, a nota de licenciatura dos professores, em Portugal, não tem nenhum impacto na aprendizagem dos alunos. Claro que atrair professores academicamente capazes há-de ser sempre uma boa ideia, mas talvez não seja suficiente. Ensinar exige imensa paixão, trabalho árduo e espírito de missão. Mas também exige um outro ponto fundamental — desenvolvimento constante. Já temos evidência [26] que sugere que a formação contínua de professores pode ter impactos extraordinários e verdadeiramente transformadores no nosso sistema de ensino. Ajudar os professores ao longo da sua carreira a melhorar a sua performance, aprendendo técnicas, pedagogia, e novos métodos tem um impacto importante na melhoria das aprendizagens dos alunos [27]. Por outro lado, está demonstrado que também ajuda a manter os professores motivados e a não procurarem mudar de profissão [28]. Para além disso, esta ideia da formação contínua e desenvolvimento profissional de professores pode ajudar-nos a combater a desigualdade e a pobreza. É esse o resultado de um estudo recente [29] que concluiu que um programa de 35 horas por ano de desenvolvimento profissional de alta qualidade para professores se traduziria num aumento dos salários dos alunos em idade adulta. O estudo calculou que, se este investimento fosse realizado em Inglaterra, traria um retorno de 61 mil milhões de libras, num retorno equivalente a 19 vezes o investimento!

Quo vadis?

Nas últimas décadas, o sistema de ensino português teve um dos avanços mais notáveis a nível mundial. No ano 2000, o português médio tinha a escolaridade equivalente à de um alemão em 1930 e à de um romeno em 1970[30]. Hoje, a minha geração tem um grau de escolaridade equivalente à de qualquer outro país europeu. Este feito de levar a escola a quase todas as crianças do nosso país não foi feito à custa do sacrifício da qualidade. Pelo contrário, veio acompanhado de uma melhoria enorme dos resultados dos nossos alunos nas comparações internacionais. Na minha opinião, levar a escola a (quase) todas as crianças foi a maior proeza da nossa democracia.

Mas nem tudo corre bem. Chegámos agora ao quarto ano lectivo marcado por fortes disrupções e perdas de aprendizagens causadas pela pandemia, pelas greves (justíssimas) e pela falta de professores. Damos por nós numa situação penosa: uma criança que hoje esteja no 4.º ano, nunca teve um ano normal de escola na sua vida. É provável que todo o percurso escolar dessa criança seja marcado por uma escola sem professores.

E os desafios não acabam aí. Se é verdade que conseguimos muito progresso, também é verdade que continuamos a ser um país com uma pobreza infantil demolidora e um país onde a desigualdade entre alunos ricos e pobres não diminui há cerca de 20 anos [31]. Não é aceitável.

O contexto em que nascemos não pode determinar as nossas aspirações na vida. E a profunda injustiça da desigualdade não tem de ser uma inevitabilidade:

 — Temos de dar a todas as crianças um grande professor, por favor.

Declaração de interesses: As opiniões expressas neste artigo são exclusivamente do autor e não reflectem os princípios ou posições das organizações às quais está associado. O autor trabalha num instituto inglês, sem fins lucrativos, especializado no apoio a professores e escolas que servem alunos desfavorecidos.

In: Comunidade Cultura E Arte


 

1 comentários:

Adriano Lima disse...

Foi com enorme deleite que li este ensaio sobre a importante e delicada situação do ensino. Estou de acordo com a visão genérica exposta e com a análise dos factores que determinam a actual situação do ensino em Portugal. Sou pai de duas professoras do ensino secundário e por isso sinto-me bem identificado com o estado de arte da sua profissão. Sou testemunha do desgaste que lhes causa a pesada carga de trabalhos burocráticos que alterou o seu dia a dia desde que a ministra Maria de Lurdes Rodrigues passou pela pasta do ensino. É algo que considero sem precedentes e que não contribuiu positivamente para beneficiar o ensino. Não sei se o mesmo acontece em Cabo Verde.
Em Portugal, Cabo Verde ou qualquer outro país, a qualidade do ensino e tudo o que nele se investe são cruciais para rasgar o caminho do futuro. O prestígio dos professores depende disso e fácil é concluir que há uma relação de causalidade entre todos os factores do problema.
Vou enviar este texto às minhas filhas.

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