Viver com Medo...no Palmarejo

domingo, 7 de novembro de 2021

 

A sensação que se tem é que o nível de insegurança na cidade e nos arredores da Cidade da Praia, subiu em flecha. Ou melhor dito, não tem abrandado. Antes pelo contrário, vem aumentando dada a impunidade dos bandidos que percepcionam o domínio que possuem sobre os que por dever de ofício, deviam dar-lhes sério combate.

 Mas vamos por partes, os assaltos às casas e às pessoas são o “pão-nosso de cada dia.” Assaltos com recurso à violência continuam também em alta, infelizmente.

Apenas um exemplo daquilo que se passa no bairro onde moro. De passagem, sempre vou dizendo que a minha moradia foi assaltada há uns dias e que aparelhos e objectos com valor para nós, desapareceram para sempre. Nunca há uma recuperação de qualquer objecto roubado??...

Apresentámos queixa na Polícia, quando mais não seja para  contar para a estatística e para que esta não seja  falseada e fazer crer que a criminalidade diminuiu. Não. Ela continua imparável. Só que, cidadãos como eu, não acreditam que se vá atrás do ladrão em tempo útil.

Daí o à-vontade com que se pavoneia e opera na cidade...

O interessante, seria interessante se não fosse trágico, há no Palmarejo, de entre muitos, um assaltante que já invadiu quase todas as casas da zona onde resido e fá-lo com requintes, se não vejamos: o “modus operandi” do dito bandido é invariavelmente o mesmo. Ataca entre as 11h e as 12h da manhã. Em pleno dia e com gente em casa. Entra munido de faca ou de outra arma mortífera, para ameaçar ou espetar caso seja apanhado em flagrante. Tem acontecido ao longo de semanas. Até se lhe já conhece o nome.  Ele rouba telemóveis, computadores e outros itens com valor.

Vários residentes, tal como eu, apresentaram queixa sobre estes constantes assaltos, com filmagens e descrição detalhada da figura do sujeito.

Julgam que lhe aconteceu alguma coisa?...desenganem-se. O dito ladrão, continua impunemente, a passear no Palmarejo  e a farejar a próxima vítima.

E assim vamos nós. Vivemos com medo, dentro e fora de casa nesta cidade e, sobretudo no meu bairro, o Palmarejo.

Será que queremos turistas a visitar a terra? Como? da minha estatística, porque não há estudos sobre o fenómeno, já são inumeráveis os assaltos em plena via pública  que têm acontecido com turistas e forasteiros. Sobretudo estrangeiros europeus. Aliás, os bandidos da Praia, não podem vislumbrar  estrangeiros,  máquinas fotográficas ou telemóveis com os turistas... sem que os ataquem logo. E, por vezes, com recurso a uma violência desmedida.

É esta a terra que temos para o desenvolvimento do turismo? Sim. Infelizmente é verdade. Só que por cada  estrangeiro assaltado, serão muitos  outros avisados para não viajarem para esta ilha. Será assim a tal “morabeza” propalada exageradamente?...

Mas de uma coisa vos asseguro, enquanto não houver segurança nas ruas da Capital, o melhor mesmo é comunicar aos putativos visitantes que não venham, que não nos visitem. Eu da minha parte, tenho tentado dissuadir, com toda a franqueza, os meus amigos estrangeiros, para não virem à Praia, pois correm sérios riscos...até de vida.

 E digo isso com tristeza. Pois gostaria de viver este último terço de vida com tranquilidade e não em constante sobressalto ao mínimo barulho dentro de casa, à mínima aproximação suspeita na rua. Quando saio ainda à porta de casa, olho para todos os lados a certificar-me se não haverá maus encontros... e assim me mantenho intranquilamente alerta.

Apenas uma nota comparativa: Regressámos recentemente de Portugal. O assalto à nossa casa, aconteceu dois dias depois de cá estarmos. Sei que não vale comparar, que chega a ser incorrecto, pois, são realidades totalmente diferentes. Graus de desenvolvimento e de civilidade bem desiguais. Mas não me contenho em dizer que enquanto em Oeiras saía à rua, ou para afazeres, ou para passear em completa segurança; de tal modo que já me aconteceu ir a sessões de cinema à noite com as minhas jovens netas e regressarmos a casa à meia-noite, a pé, no Verão, em quase total descontração.

Em flagrante contraste, aqui no Palmarejo  se saio é  com medo. Seja de dia, seja de noite.  De dia então, parece que o perigo é maior. É a hora dos assaltos. E tal é o pavor que tenho de ser eventualmente maltratada, que sequer vou à porta da minha vizinha para saber dela, sem que alguém da minha casa fique de vigia...

É caso para se dizer: Credo! Que terra malfadada!

 

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