…Escrito por um professor?
Hoje é dia Mundial da Língua
Portuguesa, 5 de Maio, dia de festa e de alegria pela vitalidade e pela
expansão de nossa bela Língua!
Parafraseando o célebre poeta
português, António Ferreira, (séc. XV) Viva! Cresça! E Floresça a bela Língua portuguesa!
Creio não errar ao dizer que estes são também,
os desejos sinceros dos seus falantes.
Normalmente, assinalo o dia 5 de Maio, o Dia da Língua Portuguesa com
textos que quase roçam a uma verdadeira declaração de amor à minha Língua.
Mas, (há sempre um “mas” para estragar a festa)…
Desta vez, para mostrar o outro lado,
isto é, os estragos que vêm acontecendo no ensino/aprendizagem da Língua
veicular do Ensino e Oficial de Cabo Verde; decidi publicar o escrito que a
seguir transcrevo e que me provocou espanto, tristeza e revolta pela má
qualidade do ensino que se está a verificar aqui nas ilhas.
Não se assuste caro leitor, (embora o caso não seja para menos…) o bilhete
que a seguir se transcreve é de autoria de um professor de uma escola pública cabo-verdiana.
Sr. Inginhero (quereria dizer:
Engenheiro??) Eis como ele escreveu o próprio título académico que dá nome ao
seu endereço electrónico.
“A dias, axo terça feira vi a senhora, mas tava a
treinar e cuidar do meu filho e também a senhora tava a falar com outra
senhora, não quis interromper, queria saber quando poço levar o dinheiro da
renda.” (transcrição sic.)
O remetente desta mensagem é professor formado,
creio eu, pela Universidade de Cabo Verde UNI-CV (?)
Atente-se na quantidade de erros
cometidos em apenas 3 (três) linhas!!!
Visto que não devo pactuar com os erros
crassos cometidos neste pequeno escrito e muito menos dar maus exemplos, a
partir do meu “Blog”; terei de o reescrever de forma legível.
O autor deste pedaço de prosa
altamente perturbadora, teria tão simplesmente, de tê-la redigida assim:
“Há dias, acho que foi na
terça-feira, vi a senhora, mas eu estava a treinar e a cuidar do meu filho e
também a senhora estava a falar com outra senhora, não quis interromper. Queria
saber quando é que eu posso levar o dinheiro da renda.”
Podem julgar que se trata de uma
brincadeira. O que seria também, de muito mau gosto. Mas não, não é uma
brincadeira. Infelizmente é verdadeira a mensagem acima transcrita. O
remetente é um professor de uma escola pública de Cabo Verde. De bradar aos
céus! O escrito é recente. Veio-me parar
às mãos porque o destinatário não quis acreditar que quem o escrevera fosse
professor de uma escola local, então enviou-mo com nota de espanto!...dizendo
apenas: “Sem comentários.”
Lanço daqui um pedido de socorro, um
SOS aos Directores das Escolas, ao serviço inspectivo do Ministério da
Educação, para verificarem o estado lastimoso em que se encontra a Escola
pública nacional com docentes de tal qualidade!
Pobres dos alunos que o têm como
professor!! Como estarão eles a escrever a Língua veicular do ensino, com tal
docente?
Gostaria e pedia encarecidamente, que a Inspecção escolar,
verificasse e trabalhasse com este e com outros casos semelhantes que devem
estar a ocorrer diariamente nas nossas escolas.
Termino, tal como comecei: Viva 5
de Maio! Viva a Língua Portuguesa!
1 comentários:
Tenho sido informado do estado lastimoso da escola pública em Cabo Verde, mas um caso como este ultrapassa todos os limites. Se não fosse a Dra. Ondina Ferreira a garantir a sua autenticidade, eu não acreditaria. Se é engenheiro, obteve a licenciatura numa universidade. Como foi possível? E como foi possível degradação tão acentuada no ensino em
Cabo Verde?
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