Terminada a primeira volta das presidenciais e dada a troca de mimos havida entre as duas candidaturas do PAICV sempre esperei encontrar alguma dignidade entre as hostes, sobretudo na que viesse a ser derrotada.
E perante os factos que eu acabaria por verificar, lembrei-me de Diógenes no longínquo século V – IV AC e da sua candeia e associei-o, naturalmente, aos magníficos versos de Sá de Miranda (Séc. XIV – XV ) que transcrevo:
“Homem d’un só parecer
D’un só rosto e d’ua só fé
D’antes quebrar que volver
Outra cousa pode ser
Mas de corte homem não é.”
Interrogo-me, julgo que com alguma legitimidade, se os interesses partidários deverão sobrepor-se à dignidade e à honra dos militantes enquanto indivíduos ou se é o carácter e a integridade que ditam o comportamento.
É certo que os partidos não pertencem aos seus dirigentes. Estes são transitórios e circunstanciais e são detentores apenas de um mandato circunscrito aos estatutos, regulamentos e outras deliberações. Mas os partidos são uma organização de voluntários. Só lá está quem quer… Não quer isto significar que alguém se demita só porque é contra determinadas directivas. Não, de maneira nenhuma, não obstante a disciplina partidária e a democracia mandem acatar, em qualquer assembleia legítima, a vontade da maioria.
O que não compreendo é como alguém que se considere "Homem" possa dar o dito, durante largos meses, e o não dito, em apenas 24 horas.
Tenho que concordar com JMN quando disse que o seu PAICV estava infestado de ratos e ratazanas e achar que ele só pecou por defeito, ao se ter esquecido de acrescentar alguns invertebrados que por lá rastejam e de ele próprio se incluir no Zoo.
Só assim se compreendem as declarações públicas de apoio ao MIS de alguns dirigentes da candidatura de ARL e as farisaicas de JMN de apelo à união do partido.
A. Ferreira
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