«Mão à palmatória» …

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Afinal, devo ter sido confiante ou crédula demais no escrito anterior, quando disse que: “pela primeira vez, nesta década,” iria votar sem o fardo de pensar que a “dona fraude iria imperar nos resultados.” Embora o tivesse feito e escrito de boa fé e crente de que tal ia finalmente suceder, tenho de confessar que me enganei. Infelizmente, ainda não foi desta.
Para mal desta democracia e deste país, já são muitas as denúncias insuspeitas vindas a lume, os manifestos indignados, as cartas e os artigos da mesma “família partidária” a denunciar a compra de votos, o que tem sido elucidativo de que vamos continuar com este “pecado capital” que é o de tentar alterar ou impor o que o cidadão tem mais sagrado, que é votar sem qualquer tipo de coacção.
Note-se: desta vez não é apenas a Oposição a queixar-se. As vozes mais ouvidas são oriundas dos que são, eram (?) altas patentes do regime no poder.
O que é certo é que tudo isto confrange e faz-nos sentir envergonhados perante nós próprios e perante a comunidade internacional.
Imaginem o embaraço sentido com um forte “puxão de orelhas” que o relatório dos Observadores nos deu!
Pois bem, o paradoxo de tudo isto é que a maioria dos membros observadores pertencem a países da CEDEAO, onde uma significativa parte vive de golpes e de contra-golpes, onde Chefes de Estado alteram ou mandam alterar leis para se perpetuarem no poder, onde existe na república instituída, quase que explicitamente, o direito de sucessão de pai para filho, como se de monarquia se tratasse. Enfim, onde os Direitos humanos longe estão de ser totalmente respeitados.
Ora bem, foram eles que, com a autoridade adveniente de Observador, escreveram que cá se “compram votos”! Meu Deus a que ponto chegámos! Uma vergonha do tamanho do cosmo…


1 comentários:

Jardramos disse...

Infelizmente! Até parece que nós, nós os que ainda não nos blindamos com "cara de lata", estaremos condenados a carregar esta vergonha nacional em todos os períodos eleitorais! Mas a vergonha maior é se consciencializar de que todas as denúncias , os protestos e as reclamações de revolta acabam sempre por cair em "saco roto" das nossas instituições que não só de recurso, mas também são para a defesa da legalidade e transparência do acto eleitoral.

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