A Portugal Telecom e a Acção dourada

terça-feira, 6 de julho de 2010
A recente utilização da acção dourada (golden share) por parte de Sócrates na actual polémica negocial entre a PT portuguesa e a “Telefónica” espanhola na compra da “Vivo” suscitou-me esta pequena reflexão sobre um assunto que remonta de há catorze anos atrás e que me valeu o rótulo com “inscrição”, ao que se diz, na Embaixada de Portugal em Cabo Verde de «anti-portuguesismo». O curioso é que a PT é o denominador comum entre as duas questões. Nunca falei disso em público porque antes o considerara − e se calhar ainda o considero − um assunto de somenos do qual não me envergonho nem me arrependo e que só a mim me dizia respeito. Para além disso, nunca pensei – e continuo a não pensar − por várias razões desatacando-se a que explicarei adiante que a Embaixada de Portugal em Cabo Verde embarcasse em tamanha falácia.
Era eu membro do Governo de Cabo Verde e defendia, obviamente, os interesses do País do qual era governante na compra da Cabo Verde Telecom por parte da Portugal Telecom (PT) então empresa pública portuguesa. Não era um desafio de futebol ou de rugby, era um negócio de dezenas de milhões em que os interesses do Estado de Cabo Verde não só ficariam “penhorados” por algumas décadas como havia visíveis prejuízos imediatos. Não se podia tratar nem de boa nem de má intenção, nem tão pouco de «portuguesismo» ou «anti-portuguesismo» mas simplesmente de um negócio entre duas partes. Nem sequer da utilização de um eventual veto se poderia minimamente aventar. E note-se que em tempo algum procurei (ou se me poderá acusar de) contornar ou contrariar a lei, antes pelo contrário, pugnava pelo seu integral e rigoroso cumprimento. Isto levou a que alguns intriguistas “polítiqueiros” de ambição mesquinha à mistura com uma acentuada covardia e uma nítida falta de carácter tratassem em transformar-me em seu bode expiatório. Tomei isto, ao tempo, como um preço a pagar pelo desempenho de determinadas funções políticas e não lhe dei a devida importância.
O que é verdadeiramente interessante é que agora nenhum português ou portuguesista das Ilhas condena Sócrates ou o rotula de anti-espanhol por ter usado a golden share. Todos acham – e eu também – que como governante fez aquilo que devia fazer: defender os interesses do seu país – Portugal.
E eu como governante que devia então fazer? Ou será que o Estado de Cabo Verde não tem interesses próprios a defender? Ou deveria ser eu um “submarino” dos interesses portugueses, como os há por aí, muito bem colocados e impantes de patriotismo ilhéu?
Todos – aqueles que me são próximos – sabem muito bem como eu gosto de Portugal e dos portugueses. Não o escondo e até disso faço gala. Que tenho lá, em Portugal e entre portugueses, há longas décadas um rol de amigos de peito e mais recentemente familiares, que quando lá chego não me deixam espaço para as minhas acções privadas tal é o número de convites e de recepções, conforme o grupo.
Não me quero alongar nesta pequena reflexão, e gostaria apenas de lembrar aos que me rotularam, na falta de argumentos ponderosos, que ser amigo de Portugal e dos portugueses, não é defendê-los contra os interesses de Cabo Verde para usufruir das migalhas que mancham o carácter e envergonham a pessoa.
Convivi de perto com alguns milhares de portugueses, e particularmente e durante quase três anos, de forma continuada, com centena e meia; e algumas vezes todos sob o meu comando defendendo interesses, ao tempo, genuinamente portugueses, em circunstâncias muito difíceis, de vida ou morte, onde pontificava a cooperação real e se faziam verdadeiros amigos. Éramos jovens e os nossos caminhos, naturalmente, divergiram. Mas mantenho com eles ainda hoje uma relação muito boa. É isto que me faz feliz.

A. Ferreira

Leituras antigas de um Fogo de outrora que não agora...

domingo, 4 de julho de 2010
Antes de mais, felicitar a Responsável da Casa da Memória, na pessoa da incansável e querida amiga Monique Widmer, por mais esta actividade, (encontro – conferência) de entre muitas mais, com que vem dinamizando esta instituição que já é uma referência entre nós e já se configurou, ouso dizê-lo, como um “ex-libris” da cidade de S. Filipe.
O interessante é que a Casa da Memória, como o próprio nome indica vem construindo a seu história e o seu legado, ao longo destes anos, com uma coerência, com um saber fazer e uma fidelidade aos objectivos que constituíram a sua fundação, que causa admiração e merece ser destacada como uma das realizações mais bem conseguida no panorama cultural/histórico da ilha.
Feita esta breve saudação que é de todo merecida, mas que peca por não conseguir transmitir como gostaria, com alguma abrangência e profundidade tudo aquilo que representa para nós a Casa da Memória; passo agora ao tema que procurei sintetizar no título deste texto: Leituras antigas de um Fogo de outrora que não agora.
Ora bem, falar de leituras e do tempo em que se fazia isso na ilha do Fogo, com especial incidência na cidade de S. Filipe de outrora, não é, na minha opinião, tarefa fácil, pois que escasseiam informações em registo legados.
Igualmente, outras razões se apresentam como algum óbice, a esta tarefa. Desde logo, a tradição que pretendeu marcar, distinguindo a especificidade de cada uma das ilhas. Diga-se que por vezes, com alguma imprecisão. De qualquer forma essa especificidade “per ilha” não fez do Fogo um local em que a actividade cultural no seu sentido mais clássico e abrangente em que os livros, as tertúlias culturais, as leituras e a configuração de um meio académico/intelectual, tivessem tido algum destaque relevante no passado. Se quisermos ser mais correctos, no passado, e refiro-me aos séculos, XIX e à primeira metade do século XX, dois ou três centros do Arquipélago a saber: Ribeira Brava em S. Nicolau, Mindelo em S. Vicente e a cidade da Praia em Santiago, foram os mais proeminentes em termos de ambiente literário/artístico. Mas também, e por outro lado, não deixa de ser verdade que havia espalhado um pouco por todas as ilhas uma elite letrada, pequena é certa, constituída principalmente por funcionários públicos e por gente abastada da terra mas era gente que lia, que criara hábitos de leitura que mandava vir – da então chamada Metrópole, assim era designado Portugal, nas antigas colónias e ou Províncias Ultramarinas – via correios, por barco e neste particular deve ser lembrado o enorme papel que desempenhou o Porto Grande de Mindelo onde aportavam os barcos que transportavam estas encomendas especiais contendo livros e revistas para os assinantes.
Assim também chegaram ao Fogo as enciclopédias, os almanaques, com destaque para o célebre Almanaque de LembrançasLuso-Brasileiro (1854-1932) que teve muitos colaboradores em Cabo Verde com destaque para Pedro Cardoso da ilha do Fogo e para o grande poeta da ilha vizinha, a Brava: Eugénio Tavares, que nele se estreou como poeta, entre outros literatos das ilhas. Mas a colaboração não era só com textos literários, ou crónicas, faziam-na também com o envio de enigmas, de charadas de hieróglifos comprimidos, entre outros jogos de lazer mental para se pensar e assim serem decifrados.
Da mesma forma chegavam algumas revistas portuguesas as mais conhecidas, “A Gazeta” “O Século Ilustrado,” entre outros periódicos a que não faltavam boletins agrícolas, livros de regras da escrituração comercial, códigos de leis, manuais de arte de bem escrever, enfim, havia um certo hábito de mandar buscar livros em Portugal, livros de géneros vários e diversificados. Assim eram alimentados nos séculos idos as bibliotecas particulares das casas de famílias que possuíam livros.
No capítulo da ficção distinguiam-se os romances publicados por fascículos ou por capítulos da então conhecida Editora António Maria Pereira fundada em 1848 o grande editor dos romances de Camilo Castelo Branco, editor também do que é considerado o primeiro romance policial português, «O Mistério da Estrada de Sintra» escrita em parceria por dois grandes vultos da literatura portuguesa do século XIX, Eça de Queirós e Ramalhão Ortigão e que saiu em fascículos. Tudo isso, também aqui chegava aos seus assinantes que depois os mandavam encadernar para assim os conservarem em tomos únicos. Na ilha do Fogo, houve em tempos idos, alguns profissionais de encadernação, mas mesmo em casa, em ambiente doméstico, as mulheres de mãos hábeis, costuravam os livros, os fascículos, para melhor os conservar.
Claro que não faltavam nas prateleiras, daqueles que aqui liam, os livros dos clássicos portugueses, entre os quais, Almeida Garrett, e as «Viagens na Minha Terra» Camilo Castelo Branco e o seu «Amor de Perdição» Eça de Queirós e o indispensável romance «Os Maias» Júlio Diniz e a «Morgadinha dos Canaviais» e os «Contos» Fialho de Almeida, os quais, entre outros escritores, eram os preferidos aqui.
Gostaria de acrescentar também a esta espécie de listagem, o gosto pelos livros de acção, de aventura e históricos franceses – traduzidos - Destacam-se: «Os Miseráveis» de Victor Hugo; «Os Três Mosqueteiros» e o «Conde de Monte Cristo» de Alexandre Dumas; e a série «Rocambole» de Ponson du Terrail, creio que todos da antiga editora e Livraria, Civilização.
Um pouco mais tarde, nas primeiras décadas do século XX, os romances em que o enredo tratava amores trágicos, também fizeram parte das encomendas dos leitores a par dos romances históricos, quer os escritos por autores portugueses, quer os traduzidos de autores estrangeiros, com ênfase para os romances franceses.
Apenas alguns exemplos: «Ela é apenas Mulher» e «Nada lhe será perdoado» 1930 de Maria Archer; «Marido Fiel» de João Gaspar Simões; «Para Alem do Amor» de Maria Lamas, «Memórias da Marquesa de Rio Maior» de Branca Colaço e a colecção dos romances de Concha Linares Becerra, Luísa Linares Becerra e de Corin Tellado conhecidas escritoras espanholas do género romanesco que hoje se classifica de “cor-de-rosa” ou de sentimental. Estes livros que tinham como público-alvo principal, o feminino, também faziam parte do acervo de livros que cá chegavam.
Chegavam também revistas brasileiras trazidas nos chamados “Loydes,” os barcos que faziam a ligação Europa/América do Sul e vice-versa e que escalavam o Porto de Mindelo para reabastecimento. “Cruzeiro” “Manchete” eram os periódicos brasileiros mais conhecidos e lidos nas ilhas. Parte dos livros e das revistas aqui citei, os títulos são meus conhecidos desde infância e mais tarde li alguns ainda em casa paterna, nos Mosteiros
Voltando à actividade à volta dos livros, neste particular é aqui de novo chamada mais uma valia e mais uma valência profícua da Casa da Memória e desta feita num trabalho conjunto de Gilda Barbosa e de Monique Widmer, A Casa da Memória possui assim, uma exaustiva e exemplar listagem, de dois acervos bibliográficos pertencentes a duas das mais representativas bibliotecas familiares do Fogo; uma, da família de Álvaro Adolfo Avelino Henriques, (1849-1922) Bacharel em Direito e que contém livros do século XVIII, que depois terá sido aumentada pelo filho Agnelo Avelino Henriques e que também contém livros acrescentados e oriundos da família de Abílio Macedo cujos títulos, mencionarei alguns, os mais antigos e talvez os mais importantes em termos de assunto e de autores; e outra, da família da saudosa professora Irene Vasconcelos Barbosa Vicente, que em matéria de diversidade de temas é de uma grande riqueza.
Deste modo, ficaremos a conhecer, com fundamento o tipo de leitura de uma época em que havia um interesse já notável nisso. É de entre este rol, bem extenso em termos de variedade de títulos e de volumes já elaborados por índices temáticos, que destacaremos, exemplificando: os livros de Direito, os tomos e os volumes de política, de economia, os de filosofia e equiparados; os livros de História e relacionados, ensaios diversos, os romances e os contos, entre outros temas. Uma nota interessante é que nessa listagem, não aparecem só livros em português, também se encontram bastantes livros em francês e em inglês.
Ora bem, seleccionei alguns títulos, de entre os vários da lista em apreço, porque me parece deveras interessante conhecer, ainda que muito parcamente, o que interessava à nossa gente mais antiga, em matéria e assunto de natureza técnica, científica, cultural em geral? Que livros por eles mais procurados? Afinal o que liam? E sobretudo, por onde aprendiam as matérias em que estavam interessados em saber?
Apenas alguns exemplos. Em matéria de Direito: «Ordenação e Leis do Reino de Portugal» do século XVIII, mais exactamente, 1786, «Tractado Prático de todo o Direito Emphiteutico» 1828, «Novíssima Reforma Judiciária», 1840, «Código do Processo Civil» 1876. Em matéria de economia: «Novos Elementos de Economia Política e Estadítica», Adrião Pereira Forjaz Sampaio, 1858, «Contas simples E com Juros» Carlos Florêncio Pereira, 1903, «Dúvidas Esclarecidas Dúvidas Resolvidas em Escrituras Comercial», livros de Filosofia: «Filosofia Fundamental» por Dom Jaime Balames 1852, «Curso de Filosofia Elementar», 1860, «O Mundo Oculto» 1916, de Literatura em grego «Odisseia D’Homere» 1862, por Bude, em Latim «Opera» 1860 por Virgilii Maronis, de poesia «Lira Íntima» por Joaquim Araújo, 1881, «Campo das Flores» de João de Deus, 1914 de ficção científica «A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, por Júlio Verne,1886. Isto foi uma pequeníssima amostra de entre centenas de livros, de vários dicionários e de enciclopédias.

Para além destes títulos acabados de transcrever desta biblioteca da família Henriques a que se junta a dos Macedo, gostaria também de aqui realçar alguns títulos da biblioteca que foi dos pais e é hoje pertença da herdeira a Dr.ª Gilda Vasconcelos Barbosa. Neste extenso rol, também encontramos livros em português, em francês e em inglês, desde história, almanaques antigos, passando por livros didácticos, revistas, boletins e magazines, indo até aos livros de temática ou de “carácter religioso”, como os classifica a autora da recolha, Gilda Barbosa. O levantamento de livros regista edições que medeiam entre 1800 os mais antigos até 1987 os mais actuais.
Aproveitaria a oportunidade para reiterar que este vasto espólio possui um espantoso interesse, do meu ponto de vista, e que encantaria qualquer bibliófilo apurado. Passo agora a transcrever alguns dos títulos dos livros mais antigos, em termos da data da edição. Assim temos o mais antigo em inglês:«Manual Of The seven Dolours Of the Blessed Virgin Mary» Father Sebastien, Dublin, 1883; «Missal Antigo, para Missa» 1900; «Encíclica Mediator Dei do Papa Pio XII, 1948; de João XXIII a Carta Encíclica «Mater et Magistra»; «Vers L’Unité Chrétienne» de Karl Adam; «Sanctos E Martyres do Crystianismo» Dr. Santos Farinha, 1909. Romances e contos, alguns exemplos: «Aquele vestido cor-de-rosa» e «Entre duas paixões» de Françoise Roland, 1949, «O Caminho da Culpa» de Joaquim Paço d’ Arcos, 1945, «Contos» de Guy de Maupassant, século XIX, de Philippes Oppenheim: «Foi Adão quem teve a Culpa».
Igualmente, muitos livros e Tratados de Direito comercial e penal, apenas uma breve amostragem: «Nova legislação de Inquilino Civil e Comercial» Pedro Veiga, 1948; «Formulário do Processo Civil e Orfanológico» de José Casimiro Quintela, «Tratados Colectivos sobre Direito Int. Privado» de Machado Vilela, 1913; «Abonos e Processos» compilações a partir de 1885, por Alfredo Nunes de Sousa, editado em 1912; «Portugal e o Direito Colonial Internacional» Marcello Caetano, 1948 e muitos mais livros, cuja transcrição dos títulos não caberia aqui. Os assuntos que os títulos deixam adivinhar, são de natureza diversa e constituem esta última biblioteca privada.
Por outro lado, ou melhor, igualmente numa mesma linha de evocar e de conservar a memória escrita do passado sobre Cabo Verde e sobre a ilha do Fogo em particular, a Biblioteca da Casa da Memória tem vindo a enriquecer o seu espólio de livros com exemplares já raros e antigos que têm sido de enorme e de oportuna utilidade para o pesquisador interessado
Voltando às leituras antigas da ilha do Fogo de outrora que não agora. É minha opinião – é que em todo este processo de aquisição e de apetrechamento das bibliotecas privadas ou de família – se passava a palavra uns aos outros em matéria de títulos de livros a encomendar. Não esquecer de que estamos a falar de um meio pequeno, em que não abundavam os meios de comunicação, bem pelo contrário, escassos seriam. Apenas chegavam aqui os navios de ligação inter-ilhas, e de ligação com os Estados Unidos, um deles o célebre barco «Ernestina», mais tarde a rádio. Houve também em tempos idos, a passagem por S. Filipe de barcos que faziam a ligação Lisboa/Cabo Verde/Guiné. Daí que a palavra passada de boca em boca, era um meio de se fazer conhecer, e de se recomendar os livros considerados de boa leitura. Logo, acabavam os membros pertencentes a algumas famílias, moradoras de casas/sobrados, por possuíram uma biblioteca idêntica ao do vizinho com livros idênticos, o que também poderia significar um mesmo gosto e/ou uma certa moda de leitura da época, para além da circulação entre mãos que se faziam…
Conviria igualmente incluir neste inventariar as circunstâncias do processo de leitura de outrora, as viagens à então Metrópole (Portugal) de muitas famílias, ou dos seus membros e que eram frequentes, ou relativamente frequentes. Não esquecer que alguns filhos das famílias gradas da ilha faziam os seus estudos e a sua formação em Portugal. Tudo isso era também aproveitado para “alimentar” as bibliotecas privadas.
Finalmente, para fechar este texto, gostaria de alertar para o seguinte, que não se fique com a impressão de que na ilha do Fogo não se lia. Completamente falsa esta ideia. Havia tempo, havia mulheres e homens cultos e que procuravam cultivar-se através da leitura, estariam motivados e habituados a isso? Possivelmente. Para além do mais estamos aqui a falar de pessoas interessadas em conhecimentos e em técnicas para uma aplicação consequente; depois também queriam estar informadas; a juntar a isto, tinham igualmente prazer na leitura de ficção e de poesia. Não vá sem acrescentar de que eram também detentoras de algum poder de compra. Todas estas razões juntas e somadas, explicam e justificam porque podiam mandar buscar em Portugal os livros de que gostavam e/ou de que necessitavam.
Eis pois explicadas, embora muito parcialmente, as razões da existência de algumas boas bibliotecas antigas e privadas na ilha do Fogo de que as duas acabadas de ilustrar, são exemplares, na minha opinião, perfeitos.


N. B. – Este escrito é resultado de um encontro - conferência realizado recentemente pela Casa da Memória em S. Filipe. Poderá conter uma ou outra marca de oralidade.
Outra explicação devida: a expressão «outrora...agora» que é parte do título do texto foi-me sugerida pelo romance de Augusto Abelaira: «Outrora, agora».