Antes de começar ao que hoje me traz aqui, peço ao leitor e de forma antecipada que me releve o “post” que se segue, pois, trata-se de algo que à primeira vista, pode ser considerado um não assunto.
Ora
bem, apanhei-me a regozijar com a lei, recentemente criada em Portugal, que
proíbe e multa conversas de telemóvel em altos decibéis, nos espaços e nos
transportes públicos. Ainda bem! Aplausos!
Em boa
hora, saiu esta lei porque estava a tornar-se verdadeiramente exasperante nos
comboios e nos outros transportes públicos, ter de levar com conversas alheias
o tempo todo!
Eu, confesso-me: muitas vezes, tapei os
ouvidos (e fui chamada atenção - com um subtil gesto de desaprovação - pelo
Armindo) nos transportes, para não ter de ouvir inconfidências ditas pelo
próprio em alto som. Mas o pior é que eu entendia a maior parte destas
conversas assim feitas – ora no crioulo das ilhas, ora no português do outro
lado do atlântico - desagradável e incomodativo.
Faço
votos de que por cá, nestas ilhas, (imitemos também os bons exemplos) e
brevemente, haja uma lei que mande baixar o volume de voz (mas baixar mesmo!) das
conversas ao telemóvel em espaços públicos.
De
facto, não importa o local (até no cemitério!) seja nos serviços do Estado,
seja nos bancos, nas clínicas e nos hospitais, levámos, para mal da nossa sorte,
com gente a gritar literalmente ao telemóvel, isto é, utentes e funcionários
que atendem ao balcão. Todos falam alto ao telefone, como se estivessem na
intimidade das suas casas. Tornou-se insuportável!
Infelizmente,
criei uma espécie de síndrome de mal-estar quando vejo alguém à espera de ser
atendido, tal como eu, num serviço público ou privado, a falar ao telemóvel,
pois já sei de antemão, que vou escutar sem o querer, assuntos alheios, o que
me indispõe…até cheguei a pensar em recorrer aos bons serviços de algum
Psicólogo, pois eu é que devia estar mal, já que quase toda a gente acha normal
e não reage aos surtos decibélicos (a palavra não existe, mas apeteceu-me fazer
a junção dos vocábulos decibél e bélico)
altíssimos, que por vezes dá a impressão de que os interlocutores estão
a brigar um com o outro e não a ter uma conversa amiga ou civilizada.
Para
terminar este meu desabafo, de novo reitero os votos de que as autoridades
daqui e rapidamente, criem também uma lei similar ao que entrou em uso
recentemente em Portugal, de modo que todos possamos ter algum silêncio e
sossego, ufa! Nas ruas, nos transportes e nos serviços públicos.
P. S. –
Antes de editar este escrito, dei-o a ler a um leitor especial, cujo juízo de
análise muito prezo e que me aconselhou a não o publicar, justificando-se da
seguinte forma:
1 – É
de facto um não assunto.
2- Não
constitui tema para os teus escritos.
Mas apesar do seu - se calhar, prudente e assisado - parecer, decidi publicá-lo mesmo assim..
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