Recentemente,
estando eu a ver o noticiário de um dos canais televisivos, este passava em
rodapé a notícia de que Cabo Verde havia nomeado, ou designado Diplomatas para
integrarem o quadro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP.
Perguntou-me de
imediato a minha neta mais velha, vinda de Luanda em férias de Natal , e
que assistia e ouvia também o mesmo noticiário:
«Vó Dina o que é que Cabo Verde faz na CPLP?
aqui não se fala português! …»
A estranheza da
Inês apanhou-me de surpresa. Pois até aqui não havia pensado a questão da
“briga” oral do falante cabo-verdiano com a língua portuguesa, nos termos em
que acabara de escutar postos pela Inês, e que, ipso facto, a fazia retirar a Cabo Verde o direito de pertencer à
comunidade dos países que falam a bela Língua portuguesa. A minha mente naquele
momento estava virada para os recém-nomeados para a CPLP e a desejar que eles
fizessem alguma coisa positiva em prol da língua portuguesa em Cabo Verde.
Virando-me para
ela e retomando o que ela acabara de sentenciar, acabei por concluir que alguma
razão estaria com ela e assim se ter expressado.
A língua
portuguesa quase que se reduziu da independência a esta parte vai para 39 anos,
apenas à expressão escrita, infelizmente! Daí que falantes lusófonos,
angolanos, brasileiros, entre outros, aqui chegados tenham dificuldades na
comunicação com o falante ilhéu. Pois que, mesmo o escolarizado em língua
portuguesa, oralmente não se expressa na língua comum.
É a língua
portuguesa que nos abre perspectivas de contacto com os demais falantes da
comunidade em que estamos inseridos, a CPLP.
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