Tendo aqui partilhado recentemente, no meu modesto
blogue, um estado de alma, um desabafo enquanto avó, mãe e filha destas Ilhas
preocupada com o futuro do país, recebi muitas mensagens que revelavam afinal,
a mesma preocupação.
Neste particular, regozijo-me, pois verifiquei à posterori, que a visão é real, e foi
ao encontro de muitos pais e avós, antigos alunos dos liceus, e que também tristes
com o estado a que as coisas chegaram (e estão!), fizeram-me saber as suas inquietações e os seus
desassossegos, e por isso pensei: Afinal não sou uma cavaleira solitária nesta
batalha! Podemos contar ainda com uma sociedade civil activa e preocupada com o país e com avós e pais ainda participantes e ávidos por um debate específico
– a Educação – que é de toda a Nação.
Um Bem-Haja a todos, (queridos amigos, colegas,
antigos alunos, ilustres conhecidos) pois os vossos comentários, em todos os
sentidos, enriqueceram o despretensioso e bem simples texto inicial!
No entanto, infelizmente, em Cabo Verde – nós temos um
longo caminho a percorrer, e com o descalabro do ensino nem sei se lá
chegaremos tão cedo − permanece a necessidade de tudo, ou de quase tudo,
partidarizar (não é politizar, que é algo elevado) o que acaba por desfocar o
importante do assunto a debater...
Ao ter, a certa altura do meu desabafo, escrito algo
como: “Este conjunto de fenómenos, a que
chamarei de derrapagem do ensino (?) cabo-verdiano, pode ser datado, com pouca margem de erro, de há
quase década e meia atrás e tem vindo a acontecer num ritmo crescente e
assustador.” fui de forma surpreendente confrontada com o associar deste
facto a um determinado governo do meu país!
Longe de mim a relação com qualquer governo, partido
politico ou algo parecido. É que tal matéria assim associada, não faz parte das
minhas cogitações. Parafraseando o brasileiro: “nem tou aí” − ainda por cima
tratando-se de um assunto de transcendente e de crucial importância para o
desenvolvimento de gerações de cabo-verdianos, como é a Educação.
A responsabilidade é de Todos!
A Educação ou o Ensino Público é um desígnio nacional,
e a ser um desígnio ele não é partidário, nem ideológico, mas de toda a Nação e de forma convergente. É esta a minha linha de pensamento.
De facto, estou tão afastada da política, e mais ainda
da política partidária que para mim a relação com qualquer governo, partido
politico ou algo parecido, de forma direccionada é algo sem qualquer nexo, nesta
minha etapa de vida.
Estou sim, muito próxima, para não dizer demasiado
próxima, da minha condição de Avó, e este horizonte temporal − permitam-me o
prosaísmo − só surge com a entrada da minha neta mais velha na 1ª classe do
Ensino cabo-verdiano, há cerca de década e meia! Mas aceito, sem qualquer
rebuço, que venham de mais longe, os efeitos nefastos do mau ensino público
cabo-verdiano.
Ao mesmo tempo, mantenho-me fiel à minha condição de
antiga professora, (tenho contactos frequentes com antigos alunos que me falam
com tristeza da escola actual dos filhos) e não abdico da profissão que abracei
e exerci com muita devoção nem de ser cidadã activa − enquanto Deus mo permitir
− e pensar os problemas da escolarização de jovens alunos, que observo
esperançosos, quando se dirigem diariamente à sua escola, no convencimento de
que dela sairão mais ricos no saber e em conhecimentos.
Essas são as minhas reais e, ouso acrescentar,
constantes preocupações.
Partidos? Governos?... Muito importantes, sim, mas
igualmente, passageiros, transitórios e transitivos. E também, e felizmente, mutáveis!
Isto não obsta que deva reconhecer que uma boa política educativa, tem de
emergir de entre as principais preocupações governativas.
Por isso reitero, o bem-haja a todos. Gostaria de
destacar o Jornal «Expresso das Ilhas», o Nuno Duarte Rodrigues Pires, a Solange
Lisboa Ramos, o Ângelo Barbosa, pela divulgação feita nas redes sociais desse
meu singelo desabafo acabando por lhe dar um estatuto e uma elevação que muito apreciei.
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