quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

 

SALVÉ 13 de JANEIRO!

Eu devia escrever todos os anos, e apaixonadamente, umas linhas, um “post,” uma página, sobre o 13 de Janeiro!...

Devia sim! Porquê? Porque o 13 de Janeiro de 1991, já lá vão 31 anos! Foi um dos dias mais felizes que um cabo-verdiano democrata viveu!

 Foi a primeira vez, depois da Independência, e passados 15 anos e meio sobre o mesmo, em que o cabo-verdiano se sentiu de facto, verdadeiramente livre! E internamente CIDADÃO!

Pela primeira vez, a 13 de Janeiro de 1991 (reitero, porque é verdade.) o cidadão cabo-verdiano foi convidado para ir às urnas expressar, através do seu voto,  do seu voto secreto, a escolha de qual dos Partidos políticos, os dois que haviam então concorrido às eleições - no caso em apreço, o MPD, Movimento Para a Democrcia e o PAICV, Partido Africano da Independência de Cabo Verde –queria para o governar nos próximos 5 anos.

 Tudo isso era uma enorme novidade! Uma imensa alegria! Um sentimento de responsabilidade individual na participação efectiva nos desígnios da Nação, através do sufrágio directo, secreto e universal,  para a  formação do seu parlamento, e do seu governo. E mais  tarde, a votação directa do seu Presidente da República e por aí fora!...

Viva e sempre o 13 de Janeiro!

Hoje, a geração que tem já três décadas de vida, é capaz de pensar e de julgar que a democracia que vivemos em Cabo Verde tenha sido sempre um dado adquirido, que terá surgido naturalmente com a independência. Nada mais errado. A democracia,  aqui nestas ilhas, começou simbolicamente, a 13 de Janeiro de 1991. Daí, o imenso e profundo significado da data.

É bom recordar que até aí não havia direito à existência de qualquer outra formação política que não fosse no caso vertente, o antigo PAIGC, e a partir de 1981, o PAICV e sempre com consagração constitucional de exclusividade, que perdurou até 1990.

Portanto, não havia outra organização política que nos desse possibilidade de ter em alternativa, isto é, de escolher aquela que queríamos que nos representasse e que nos governasse.

O surgimento do MPD em finais de 1990, deve-se em primeiro lugar, a um desejo premente de milhares de cabo-verdianos de derrubar a Ditadura e de ver implantado no país, outro modelo de governação.

O MPD surgiu também, porque uma plêiada de homens e de mulheres, grande parte jovens ainda, se juntaram em torno de um projecto político democrático, coordenado e dirigido por Carlos Veiga, que ergueram bem alto a bandeira da democracia que se desejava para Cabo Verde.

Daí, que daqui destas ilhas atlânticas, envio a todos os leitores e amigos deste “Blog” um VIVA o 13 de Janeiro!

13 de Janeiro sempre!

 

1 comentários:

Adriano Miranda Lima disse...

Partilho com muito gosto a saudação ao 13 de Janeiro. O povo das ilhas não podia continuar submetido a um regime de partido único. Lamentável é a mudança ter resultado da influência de factores externos e não da iniciativa do PAICV em submeter-se ao jogo democrático. E o povo tem dado provas de que é digno de viver em democracia e de nela pugnar para resolver os seus problemas e construir um futuro mais radioso.

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