A propósito da beleza natural de Santo Antâo...

domingo, 15 de novembro de 2015


 

Fontainhas. Cabo Verde
 Santo Antão.
 
 
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Recebi do nosso amigo, Rui Jorge Baptista, Geólogo de formação que veio com a mulher, Fernanda Leite, engenheira de Minas, conhecer a ilha das montanhas. A impressão captada é de que, Santo Antão é a ilha mais importante e bela em “potencial natural” dada a “paisagem envolvente.
 
Creio que como ele, muitos dos nossos leitores comungam da ideia de que Santo Antão é a ilha do nosso pequeno Arquipélago aquela que mais impressiona e fascina pela  imponência e pela força telúrica com que a mãe natureza a dotou. Tomo a liberdade de aqui e logo a seguir, transcrever a carta que ele tão gentilmente nos enviou:
 
 
“(...) como te dissemos Santo Antão é efetivamente uma ilha que muito nos impressionou, 
 
Tem quase todas as condições para ser a ilha mais importante do arquipélago, mas no tempo de outra tecnologia a falta de condições para ter um porto de mar  fez com que fosse menos ocupada, aproveitada e desenvolvida. 
 
Mas  das quatro ilhas que já visitámos em CV esta foi até agora a que maior potencial natural nos pareceu reunir e que com algum investimento mais poderá crescer. 
Mas também reconheço que esta impressão se baseia em primeiras impressões, nem sempre muito baseadas nem muito refletidas, sendo portanto uma primeira análise sujeita a reconsiderações.
 
Mas se a paisagem e a envolvente nos impressionou, mais ainda me marcou a capacidade de um povo que soube adaptar-se às condições naturais e procurou arrumar a casa onde se instalou para criar condições de vida ainda que por vezes muito carenciadas. 
 
Das que vimos a aldeia que mais me impressionou, talvez pela sua envolvente geográfica foi a aldeia de ALTO MIRA.  
 
A geografica local é impressionante com relevos alcantilados, com as rochas vulcânicas cineriticas, mais macias, suportadas por uma rede de filões mais resistentes que atuando como contrafortes sobressaem nos altos, apontando aos céus e que proporcionam uma paisagem simplesmente maravilhosa. 
 
A conjugação destes relevos altos e a presença de formações rochosas mais alteráveis proporcionam condições para haver um abaixamento de temperaturas nos altos que propiciam condensação das humidades maritimas e causam uma maior precipitação a qual favorece o desenvolvimento de solos. Devido à morfologia e ao regime de precipitação por vezes muito concentrado o solos poderão ter tendência para serem arrastados para os vales e para o mar quando ocorrerem as chuvadas mais intensas que sendo fonte de vida são também agentes da erosão e da destruição.
 
Mas o povo que ocupou a ilha soube com o seu suor criar condições para minimizar e domar os efeitos dos agentes naturais construindo sistemas de suporte de terras e contenção de água. E isso é bem visível nos enormes muros de suporte que protegem estreitas faixas de solo, insistente e repetidamente cultivado, e que são preparadas nos tempos mais secos para que quando a chuva vier haja já nelas sementes prontas a germinar. 
 
Junto duas  fotos que tirei. 
 
Não serão grandes peças fotográficas mas são demonstrativas do que acabei de dizer. 
 
Por um lado mostra o povo preparando os solos e semeando porque como lá diziam, em breve iria chover e as sementes já teriam de estar na terra, para não perderem tempo no seu desenvolvimento.
 
Por outro lado mostram todo o trabalho que foi necessário fazer  para que efetivamente cada palmo de terra fosse  conquistado e protegido.”

 
 
 

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