E assim vai a cidade da Praia...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

 

Começámos mal o ano de 2016, com um assalto à casa da nossa filha e genro. Poupo-vos os pormenores dos objectos valiosos, para os seus donos, roubados em plena luz do dia e dos constrangimentos de quem estava em dia de embarque...

Peregrinação à Polícia de Segurança Pública, que a determinada altura, queixando nós de que eles nem se deslocam ao local do roubo para as perícias e só registam a queixa sem agir, pois já não era a primeira vez que lá íamos, respondeu-nos o Agente que atendia: “Nós não temos meios...” ou algo similar.

E assim funciona na cidade capital mais infestada de bandidos e de criminosos do país,  uma Polícia mal equipada, com respostas e argumentário altamente confrangedores, e a ter isso displicentemente como justificação para o  cidadão lesado, revoltado, que paga os seus impostos, e que espera no mínimo ter os seus bens protegidos.

A conselho amigo, rumámos depois  à Polícia judiciária onde o atendimento já foi de longe melhor. Os seus Agentes deslocaram-se à residência assaltada.

E assim vivemos nós na capital do país com medo. Dentro e fora de casa. Onde guardar os nossos pertences? Se nem em casa nossa estamos seguros? Na rua é apertar a carteira e a vida e pedir o resguardo dos altos designíos! Em casa, é estar sempre alerta e cheios de medo de eventuais assaltantes que não são tão eventuais assim. Tornaram-se numa constante certeza, infelizmente.

Esta cidade é já pertença dos bandidos. Estamos nas mãos deles. Completamente indefesos.

Se não é na nossa casa, é na casa vizinha ou, um pouco mais distante. A frequência de roubos e de assaltos deve ser já imensurável ! E se as estatísticas policiais funcionassem, teríamos alguma percepção tangível.

Enfim. É o nosso dia-a-dia!

Não há sossego! E por favor não me venham falar em qualidade de vida! Onde? Nesta cidade é que ela não existe.

Uma sugestão e um alvitre ao turista ou visitante: passem ao largo da cidade da Praia! O perigo espreita-vos em cada rua ou esquina desta cidade, com uma altíssima probabilidade de se converter em realidade.

 E outra coisa: no momento do assalto não se vê polícia por perto... e nem contem com socorro algum!

É assim a desencantada “morabeza” da Capital das ilhas...

P. S. Relevem-me caros leitores se desabafei de forma desabrida. Costumo ser contida. Mas a minha indignação está ao rubro.

 

3 comentários:

Lonha disse...

Cara Ondina,

não venho à Praia desde o mês de Setembro passado. Se a situação piorou muito desde então, é uma desgraça. Ainda há uns meses atrás, obviamente era preciso cuidado. Não andar sozinho à noite, não exibir objectos de valor, assim por diante. Agora, a iminência de um assalto a espreitar em qualquer momento, acho que é exagero.

Ondina Ferreira disse...

Caro Leitor:

Bem gostaria de concordar consigo. Mas infelizmente a cidade da Praia piorou em termos de segurança do cidadão e dos seus bens.
Nós que cá vivemos, sobretudo mulheres, idosos sabemos o que passamos com os assaltantes e os bandidos que à solta e à-vontade andam e passeiam a cidade. Casas assaltadas são também, para mal dos nossos pecados o nosso dia-à-dia. Creio que nesta altura dos acontecimentos, já não encontra morador algum praiense que directa ou indirectamente, não tenha um caso que lhe para contar.
Infelizmente ...assim vai a cidade da Praia.
Cumprimentos
Ondina

P.S. De facto, a situação piorou de Setembro a esta parte com um "pico" gravíssimo, na Quadra das festas. Só que 50% ou mais, das vítimas não apresenta queixa, tal é a falta de confiança, na eficácia da Polícia.

Adriano Miranda Lima disse...

Lamento o que aconteceu aos seus filhos, Ondina. Quando falece o sentimento de segurança entre os cidadãos, muita coisa começa a ser posta em causa e tudo pode ruir em cadeia. As autoridades governativas deviam sair da sua letargia e reagir em conformidade. Em minha opinião, há que repensar a tipologia do serviço militar e meios militares que existem em Cabo Verde. As forças militares, de duvidosa utilidade na nossa terra, deviam ser convertidas em forças policiais. Há exemplos disso pelo mundo fora, especialmente em países pequenos.

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