Esta é uma historieta que me ficou da memória familiar. Do espólio de Armand Mont-Rond, o tal francês que demandou o Fogo nos finais do século XIX, (1870) e sobre quem já se contaram e continuam-se a contar muitas histórias, muitas delas bem efabuladas, pois que a geração viva é já de bisnetos e por aí abaixo em termos de descendência que ouviu histórias sobre o ascendente e acrescentou da sua lavra muitas outras, ao jeito de: “Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto”
Ora bem, dizia eu que do espólio por ele deixado, de entre outros objectos, ficaram alguns talheres de prata, que a minha avó paterna, Maria Clementina - filha dele que os herdou - terá oferecido ao meu pai.
Mais tarde, nos anos 50 do século XX, numa das deslocações dos meus “velhos” a Lisboa, o meu pai levou a colher de sopa que trazia incrustada o brasão que pertenceria ao avô gaulês e dela (da colher) mandou extrair o brasão para recolocá-lo num anel de ouro que entretanto encomendara.
Lembro-me que nós, os filhos brincávamos com ele, a propósito dessa operação anelar dizendo-lhe: “Pai, afinal tanta fidalguia, tanta aristocracia do seu avô e o brasão foi retirado de uma colher de sopa!?” Ao que o nosso pai prontamente respondia, meio sério, meio a brincar: “…Mas não deixa de ser um brasão!” Ríamo-nos todos com isso.
Anos passados, o tal anel brasonado passou à posse (oferta do pai) de um dos meus irmãos, Jorge Alberto que apreciava antiguidades. Este por sua vez, e antes de morrer deixou-o em lembrança ao filho, que vive nos Estados Unidos.
Entrados no século XXI, houve alguma curiosidade fílmica, documental, por parte de alguns patrícios (franceses) de Armand Mont-Rond na procura das razões que o fizeram auto-exilar-se naquele recanto vulcânico, a ilha do Fogo e de como aí viveu até morrer nos inícios de 1900.
Até aqui, tudo bem, tudo louvável. Mas eis quando um deles, creio que um realizador francês, no afã de procurar a todo o custo, sem olhar a meios, de testemunhos e de vestígios para que documentasse o seu trabalho, importunou (é o termo que melhor define a situação) o meu sobrinho, a minha cunhada e até a minha irmã mais nova, com actos autenticamente persecutórios, rudes e incorrectos, porque queria ver a todo o custo, o anel e opinava ele em rocambolescos episódios, que o objecto (note-se, comprado pelo meu pai numa ourivesaria em Portugal!) devia ser pertença de todos os descendentes de Armand Mont-Rond. Imagine-se! Este realizador ou documentarista francês, fazia-se acompanhar de alguns descendentes Montrond, (que presumo, nada sabiam sobre a origem do anel), quando batia à porta do meu sobrinho para o intimidar a mostrar-lhe o anel. O que não terá passado o meu querido sobrinho, imensamente bem-educado, ao sofrer a perseguição com alguma configuração de descompensada e sobejamente injusta, dessa espécie de “caçador” de memórias…
Se calhar mais outro mito ou alguma fantasia já se havia criado à volta do anel, como quase tudo o que ficou na memória da descendência de Armand Mont-Rond… Quem sabe?!
Ora bem, dizia eu que do espólio por ele deixado, de entre outros objectos, ficaram alguns talheres de prata, que a minha avó paterna, Maria Clementina - filha dele que os herdou - terá oferecido ao meu pai.
Mais tarde, nos anos 50 do século XX, numa das deslocações dos meus “velhos” a Lisboa, o meu pai levou a colher de sopa que trazia incrustada o brasão que pertenceria ao avô gaulês e dela (da colher) mandou extrair o brasão para recolocá-lo num anel de ouro que entretanto encomendara.
Lembro-me que nós, os filhos brincávamos com ele, a propósito dessa operação anelar dizendo-lhe: “Pai, afinal tanta fidalguia, tanta aristocracia do seu avô e o brasão foi retirado de uma colher de sopa!?” Ao que o nosso pai prontamente respondia, meio sério, meio a brincar: “…Mas não deixa de ser um brasão!” Ríamo-nos todos com isso.
Anos passados, o tal anel brasonado passou à posse (oferta do pai) de um dos meus irmãos, Jorge Alberto que apreciava antiguidades. Este por sua vez, e antes de morrer deixou-o em lembrança ao filho, que vive nos Estados Unidos.
Entrados no século XXI, houve alguma curiosidade fílmica, documental, por parte de alguns patrícios (franceses) de Armand Mont-Rond na procura das razões que o fizeram auto-exilar-se naquele recanto vulcânico, a ilha do Fogo e de como aí viveu até morrer nos inícios de 1900.
Até aqui, tudo bem, tudo louvável. Mas eis quando um deles, creio que um realizador francês, no afã de procurar a todo o custo, sem olhar a meios, de testemunhos e de vestígios para que documentasse o seu trabalho, importunou (é o termo que melhor define a situação) o meu sobrinho, a minha cunhada e até a minha irmã mais nova, com actos autenticamente persecutórios, rudes e incorrectos, porque queria ver a todo o custo, o anel e opinava ele em rocambolescos episódios, que o objecto (note-se, comprado pelo meu pai numa ourivesaria em Portugal!) devia ser pertença de todos os descendentes de Armand Mont-Rond. Imagine-se! Este realizador ou documentarista francês, fazia-se acompanhar de alguns descendentes Montrond, (que presumo, nada sabiam sobre a origem do anel), quando batia à porta do meu sobrinho para o intimidar a mostrar-lhe o anel. O que não terá passado o meu querido sobrinho, imensamente bem-educado, ao sofrer a perseguição com alguma configuração de descompensada e sobejamente injusta, dessa espécie de “caçador” de memórias…
Se calhar mais outro mito ou alguma fantasia já se havia criado à volta do anel, como quase tudo o que ficou na memória da descendência de Armand Mont-Rond… Quem sabe?!
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