José Carlos Mucangana
Subsídios para a caboverdeanidade (34):
A colonização das Pequenas Antilhas pelos caboverdeanos
Com o Almirante Cristóvão Colombo e outros portugueses, os espanhóis foram
os primeiros a chegar e a colonizar a América Central e do Sul. Começaram pela ilha de Haiti. Chegaram a Haiti no final de 1492, foram muito
bem recebidos e, em 1496, fixaram-se na ilha, a que deram o nome de São
Domingos. Depois foram para Puerto Rico,
em 1508, Jamaica en 1509 e Cuba em 1511. Quando se esgotou o ouro em Cuba começaram
a ir buscá-lo ao México. Além das
grandes, os espanhóis tomaram possessão de quase todas as pequenas Antilhas,
mas, combatidos pelos índios caraibas não conseguiram manter-se e concentraram
os seus recursos nas maiores riquezas do México e Perú. Ficou assim na América Central, entre os
portugueses no Brasil e os espanhóis no Perú e no México, um grande território
de ilhas e litorais desocupados, que passou a ser disputado pelas potências
europeias, que estavam fora do Tratado de Tordesilhas. Eram a Holanda, o Reino Unido e a
França. A estas se juntaram duas ou três
mais pequenas, a Dinamarca e o ducado da Curlândia, na Letónia, assim como os
irlandeses, que se fixaram sobretudo na ilha de Montserrat. A Suécia esteve por pouco tempo na ilha de
São Bartolomeu concedida pela França.
Não sendo signatárias dos tratados de Alcáçovas e Tordesilhas, pelos
quais o Papa fixou um meridiano para dividir o comércio do globo terrestre
entre a Espanha e Portugal, os outros países europeus não podiam enviar as suas
marinhas e exércitos, nem fazer comércio e ocupar territórios fora da
Europa. Mandaram-nos sem as suas
bandeiras nacionais. Grupos privados
ingleses e holandeses também armaram navios para fazerem comércio nas Caraíbas
e fornecerem escravos de África. Assim
apareceram os piratas a infestar as Antilhas e atacar Cabo Verde bem defendido
pelos seus escravos de armas.
Sem falar das guerras espanholas no Peru e no México, os ingleses fizeram o
genocídio dos Índios da América do Norte, quando a colonizaram. Apesar de terem prestado muitos e grandes
serviços aos Estados Unidos, como, por exemplo, durante a segunda guerra
mundial, quando tomaram conta dos códigos secretos das comunicações do
exército, utilizando uma das suas línguas, a língua navajo, incompreensível e muito
difícil de descodificar pelos japoneses, é triste verificar, que no seu
discurso de investidura, o Presidente Barak Obama não disse uma única palavra
sobre os seus fiéis cidadãos índios americanos.
Porém, os portugueses fizeram, uniram e expandiram o Brasil com
exércitos de índios brasileiros. Quando
Salvador Correia de Sá foi a Luanda com um pequeno exército para expulsar o
numeroso exército de ocupação dos holandeses, começou por pôr os seus homens em
fila indiana, cercando a cidade a uma distância superior ao alcance das armas
inimigas. Durante esta primeira batalha,
os holandeses identificaram os soldados índios tupiniquins a combater ao lado
dos portugueses e logo decidiram cessar fogo e negociar a evacuação de
Angola. Foi o que já tinha acontecido,
durante a guerra do Brasil Holandês, quando Maurício de Nassau preferiu
negociar a continuar os combates mortíferos contra índios brasileiros.
No Brasil Holandês, os caboverdeanos donos das plantações e trapiches de
Pernambuco pediram seis meses para vender as suas propriedades, mas as
autoridades portuguesas, provavelmente inspiradas por plantadores, que procuravam
ficar com tudo a baixo preço, só concederam três meses. Nessas condições, os caboverdeanos decidiram
fazer o que já tinham feito, quando tinham vindo de Cabo Verde para o Brasil. Embarcaram tudo, nos navios da Companhia das
Índias Ocidentais, sem esquecer paus de cana para plantar e foram para a Guiana
e para as Antilhas prontos para plantar canaviais e fazer açúcar.
As Antilhas formam três cordilheiras de ilhas grandes e pequenas à volta da
placa das Caraíbas, que se encontra entalada entre os continentes sul-americano
e norte-americano, os quais se aproximam um do outro, comprimindo a pequena
placa das Caraíbas, que está em vias de desaparecer por subducção por debaixo
dos dois continentes. Há duas cadeias de
ilhas de Oeste para Leste, ao Norte (Cuba, Haiti, Puerto Rico, até Barbuda e
Antiga e de Leste para Oeste, a Sul ao longo da Costa Selvagem da América do
Sul (Trinidad e Tobago, Antilhas venezuelanas, depois das quais as ilhas ABC
holandesas Coração, Bonaire e Aruba). Estas duas cadeias são arcos de grandes
círculos do globo e, a Oriente uma cadeia de pequenas ilhas forma uma curva
para completar a cordilheira das Antilhas em U aberto para ocidente, onde se
encontra a cordilheira imersa da América Central, com o Panamá e outros
pequenos países até ao México. A cadeia
oriental de Norte para Sul desenha o círculo de intersecção do globo com uma
falha inclinada para oeste, que trouxe à superfície ilhas planas sedimentares e
volcânicas. Dentro do U, ou seja na
placa das Caraíbas, ainda se encontra, ao sul de Cuba e prolongando Haiti outra
cadeia com as Ilhas Jamaica e Cayman formadas pelo conjunto de pregas
resultante da compressão da placa das Caraíbas.
Há, pelo menos, dezassete vulcões activos nas Pequenas Antilhas. A última erupção, na ilha de Monserrat, onde
não havia informações sobre actividade vulcânica e se julgava que o vulcão
estava inactivo, começou em Julho de 1995 e o vulcão descarregou lava de
maneira contínuada até 1998. Destruiu
metade da ilha, incluindo a capital.
Dois terços da população abandonaram a ilha.
As ilhas de língua castelhana grandes e pequenas não nos interessam,
porque, por obra e graça da santa Inquisição espanhola, o crioulo não chegou
lá, como explicaremos. Além das
Antilhas, fala-se crioulo em algumas outras ilhas, que estão fora da
cordilheira das Antilhas.
Fig. Mapa das Antilhas e do Mar dos Caraíbas
(http://geology.com/world/caribbean-satellite-image.shtml)
A primeira é Barbados, uma pequena ilha plana. Trata-se de um monte submarino coberto de
calcários coralíferos com pregas e falhas, que faz parte e é a única ilha da
cumeada submarina de Barbados a distância relativamente curta do arco das
Antilhas. A ilha foi levantada acima do
nível do mar em consequência dos movimentos tectónicos relativos das placas
oceânica e caraíba.
As numerosas ilhas do arquipélago das Bahamas, 18 grandes e 700 pequenas,
entre Cuba, Haiti e a Florida são recifes coralinos na plataforma das Bahamas,
que é independente da plataforma do continente americano do Norte (Christian Juberthie
and Thomas M. Iliffe, >1991 , Bahama Islands, Erro! A referência de hiperlink não é válida.)
e separada desta por canais profundos. A
plataforma das Bahamas tem mais de 6000 m de espessura de depósitos calcários
recifais, cuja massa provocou subsidência ou afundamento à medida que se
sedimentavam.
Há ainda a ilha, melhor dito as ilhas Bermudas, que são as partes emersas
de um recife coralino instalado no topo de um monte submarino (http://www.unesco.org/csi/pub/papers/smith.htm). Trata-se de um sistema de dunas ou eolianitos
calcários, que se formou quando o nível do mar era alto, durante os períodos
interglaciais do Quaternário. O monte
submarino encontrava-se na dorsal médio-oceânica, quando apareceu, há 45
milhões de anos.
Como já vimos, os holandeses interessaram-se especialmente pela Guiana, a
chamada Costa Selvagem, ao Norte do Brasil, que se prolonga para a Venezuela e
a Colômbia, onde ocuparam as ilhas ABC (Aruba, Bonaire e Coração ao Norte da
Venezuela). Na Guiana logo se
confrontaram com a concorrência dos ingleses.
Houve quatro guerras anglo-holandesas com numerosas batalhas
navais: três no período de 1652 a 1674 e a quarta de 1780 a 1810 ligada à guerra de independência dos
Estados Unidos. Dos caboverdeanos judeus
vindos do Brasil com os holandeses a maioria ficou na Guiana com eles, mas os
ingleses levaram cerca de mil para Jamaica, onde eles ensinaram a plantar cana
e fazer açúcar na sua lingua crioula. Uns
trezentos foram para Barbados, uma pequena ilha com falta de terras e, dali, dezenas
foram para Antiga e Montserrat, levando a sua língua, para ensinar a plantar
cana doce e fazer açúcar. Além destes navios
holandeses com destino marcado para a Guiana, vieram do Brasil outros
carregados de caboverdeanos, que procuravam outras ilhas para se
instalarem. O governador da Martinica
não estava interessado, mas Charles Houël, que governou a Guadalupe entre 1643
e 1664 e já tinha tentado introduzir a cana e o açúcar, quando tinha chegado à
ilha, logo concedeu terras e recebeu na Baía dos Flamengos, em 1654 perto de
três centenas de “judeus holandeses”.
Devem ter chegado outros mais tarde, porque o Governador escreveu, em
1664: «Eram cerca de 1.200, entre os
quais, não chegava a haver 50 holandeses naturais» (ou seja brancos), «todos os
outros sendo mestiços ou escravos negros», que «tinham querido ir com» os
seus patrões. Para quererem ir com os
seus patrões, só se podia tratar dos caboverdeanos judeus refugiados do Brasil
holandês com todos os seus bens e trabalhadores. Logo puseram mãos à obra. Quando o açúcar começou a ser vendido para
exportação, o governador da Martinica depressa mudou de ideias. Os primeiros
caboverdeanos martiniqueses encontraram refúgio na parte nordeste da ilha, que ainda se chama hoje
Petit-Brésil (Pequeno
Brasil). Pouco depois
apareceram franceses a plantar cana e instalar trapiches, mas com dificuldades
de abastecimento de mão de obra.
Finalmente o rei Luís XIV tomou conta de tudo nas duas ilhas e fez
empréstimos de capital aos bancos portugueses de Amesterdão
Além da Guadalupe e Martinica, a França ainda está associada, nas Pequenas
Antilhas, à ilha de São Bartolomeu e metade da ilha de São Martinho. Ambas estão perto da Guadalupe. O açúcar e o crioulo chegaram lá vindos da
Guadalupe. Da Guadalupe e da Martinica também
devem ter ido para Haiti, ou São Domingos.
Nas grandes Antilhas espanholas o açúcar foi
trazido das Canárias. Os caboverdeanos
judeus obviamente não iam residir nas ilhas controladas pela Inquisição e os
capitães portugueses e caboverdeanos das marinhas mercantes de Coração, Santo
Eustáquio e outras ilhas tinham sempre consigo documentos de identificação
provando que não eram baptizados de pé, nem cristãos novos. Esta observação esclarece o grande enigma
indecifrável da crioulística: “a
escassez de hoje em crioulos de base espanhola constitui, na verdade, um enigma
maior da crioulística” (McWhorter, 1995, citado por Angela Bartens,
Universidade de Helsínquia, 30.7.2001, Assunto: Mar-Molinero,
Clare, 2000, The Politics of Language in the Spanish-Speaking World: From
Colonisation to Globalisation, Routledge, xiii+242pp. Paperback ISBN
0-415-15655-6, Hardcover ISBN 0-415-15654-8, Angela.Bartens@helsinki.fi). Na verdade tratava-se dum enigma da Inquisição,
muito fácil de esclarecer e não tinha nada a ver com a pobre crioulística, mas
sim com os grandes feitos daquela instituição em “defesa da fé”.
A maior parte das Pequenas Antilhas foram colónias francesas e inglesas,
mudando frequentemente de mãos. Algumas,
como São Vicente e Grenadinas mudaram mais do que uma vez dum país para o
outro. São Cristóvão (Saint Kitts) foi
dividida entre a França e a Inglaterra, logo no início.
O crioulo das ilhas ABC, papiamento manteve o léxico português. Nas outras ilhas, perdeu o contacto com o
português e, na maioria das ilhas, relexificou-se ora em inglês, ora em
francês. Os crioulistas ingleses pensam
que o crioulo das Antilhas é uma única língua derivada do inglês, com as suas
variedades dialectais mutuamente compreensíveis. Da mesma maneira pensam os crioulistas franceses. Porém, antilheses cultos anglófonos e
francófonos sabem que a sua língua e dialectos pertencem à família do crioulo
caboverdeano e foram ensinados pelos caboverdeanos.
Resta-nos ainda investigar, ilha por ilha, como chegaram concretamente o
crioulo e o açúcar. Interessa saber que,
antes do açúcar, muitas ilhas já cultivavam algodão, café ou tabaco e anil. Essas culturas pararam, sendo substituídas
pelo açúcar, porque, na América do Norte, mais perto da Europa, grandes
plantações forneciam algodão, café e tabaco mais baratosao mercado europeu, ao
passo que o açúcar das Antilhas ficava mais perto da Europa do que o do Brasil,
que concorrenciou. Entre os colonos
ingleses havia Loyalists, ou seja
refugiados depois da independência americana.
Entre os colonos franceses havia refugiados protestantes, que ficaram
conhecidos por Huguenots e havia
também, depois da expulsão dos judeus pelos jesuitas, aristocratas amigos do
Rei de França.
País ou Ilha, Capital
|
Início coloniza-ção
|
Chegada Açúcar
|
Povoa-mento
|
Línguas faladas hoje
|
Outras informa-ções
|
Bermudas,
Hamilton
|
1614,
Virginia company; 1684 Coroa
|
Não
houve plantações.
|
Recente-mente
caboverde-anos com açoreanos
|
Inglês
da Bermuda = Krio descrioulizado
|
Floresta
de cedros: caixotes e navios
|
Bahamas,
Nassau
|
1648, Ingleses
da Bermuda fixam-se Ilha Eleuthera;
1718, Coroa
|
Plantações
de algodão pelos loyalists
|
Refúgio
de escravos fujões
|
Dialecto
krio, 75%; Haiciano, 25%
|
|
Turks &
Caicos, Cockburn Town
|
1680
1799,
inglesas
|
Algodão
pelos loyalists, sal
|
|
Dialecto
krio pare- cido Bahamas
|
|
Cayman,
George Town
|
1661, 1670,
1730 col. permanente
|
Paraíso
fiscal, sem plantações
|
Governadas
pela Jamaica
|
Cioulo
de Cayman
|
Não há
vestígios de índios.
|
Jamaica,
Kingston
|
1655,
inglesa
Ingleses
expulsa-ram espanhóis, mas deixaram ficar portugueses.
|
1675 com
os caboverdeanos
|
1675, cerca
de 950 cabover-deanos trazidos da Guyana
|
Crioulo
relexificado em inglês
|
Neta de
Colon casou-se com um português da casa de Bragança. Vieram cristãos novos portugueses.
|
Haiti, Port-au-Prince
|
1697, um
terço francês, dois ter-ços espanhol, Tra-tado de Ryswick
|
1700, Produção
de açúcar subs-tituíndo tabaco, por famílias de Montserrat e amigos do rei.
|
Irlandeses
de Montserrat
1685,
primeiro engenho;
1720,
Produção iguala Jamaica
|
Crioulo
Haiciano = crioulo de Mont-serrat relexificado em francês.
|
Crioulo
C. V. --> crioulo bajane Barbados --> crioulo de Monserrat --> crioulo
Haiciano
|
British
Virgin, Road Town (Tortola)
|
1672-80;
|
Plantações
de algodão e açú-car declinaram depois da aboli-ção; depois da autonomia, paraíso fiscal.
|
Plantadores
de Anguila chegam com escravos e gado, fazem plantações e são ajudados por
mercadores de Liverpool.
|
Crioulo
relexifi-cado em inglês, também falado em Saba, Sint Martijn, Santo
Eustáquio.
|
1834,
abolição escrava-tura;
1853,
revolta dos antigos escravos, incêndio da capital e fuga dos plantadores para
Haiti.
|
Danish
Virgin, Christiansted (St. Croix)
|
1660, 1671,
St. Thomas; 1718, St. John; 1733, St. Croix; 1917, vendidas aos USA
|
1680,
pequenas plantações, 47, tabaco e açúcar;
1733,
revolta em St. John, nas mãos dos escra-vos durante um ano.
St.
Croix, com o seu açúcar foi a ilha mais rica.
|
1688, recen-seamento, 45 % declarou nacionalidade
holandesa: grande parte eram portugues-ses caboverdea-nos do Brasil holandês
e da Guiana.
|
Inglês,
Crioulo
caboverdeano
|
Navios
negreiros da Dinamarca traziam 1.000 escravos por ano, comprados nos mercados
africanos.
Abolição
1848, trinta anos depois revolta dos antigos escravos que queimaram a cidade
de Frederiksted, na ilha de St. Croix.
|
US
Virgin, Charlotte Amalie (St. Thomas)
|
1917,
compradas à Dinamarca
|
A
comunidade judaica de St. Thomas, que nasceu no início do século XVIII é uma
das mais antigas da América e a esnoga de Charlotte Amalie vem a seguir à de Coração,
entre as que têm sido usadas continuamente.
É de rito sefardim caboverdeano.
|
Crioulo
da ilha St. Croix é um pouco diferente do que se fala nas outras duas ilhas. Descrioulização mais adiantada em St. Croix.
|
|
|
Sint
Eustatius, Oranienstad
|
1636
1655, Portugueses judeus de Coração
1722, Portugueses de Amesterdão; 1781, mais de metade dos cidadãos livres
eram portugueses.
|
Fim do
século XVII com portu-gueses judeus de nacionalidade holandesa.
|
No
cemitério judaico os túmulos mais antigos datam de 1742.
Almirante
inglês destruiu sinago-ga roubou todos os bens dos portugueses e deu- lhes 24
horas para se irem embora, sem bagagens.
|
Holandês, Papiamento,
Crioulo
Inglês das Ilhas Vigens
|
Oranjestad
era um porto sem direitos alfandegá-rios, que se tornou muito activo e veio a
fornecer armas e munições aos americanos durante a guerra da
independência. O governador teve de
render-se a um almirante inglês, que expulsou os holandeses e franceses.
Os
portugueses judeus refugiaram-se nas Ilhas Virgens, perdendo tudo.
|
Anguila,
The Valley
|
1650,
ingleses de St. Kitts, depois ingleses e crioulos vindos de Nevis, Barbados,
Antigua
|
Ingleses
e criou-los trouxeram escravos, depó- sito de Nevis forneceu mais mão de obra.
|
Vieram
prova-velmente de Barbados, St. Kitts, Nevis e Antigua muitos descendentes de
caboverdeanos.
|
Crioulo
de Anguil-la, que pertence à família dos dialec-tos caboverdea-nos
relexificados em inglês nas Antilhas
|
Anguila
é actualmente um paraíso fiscal. Economia:
turismo, bebidas alcoóli-cas e sumos de fruta, vá- rias indústrias
electro-mecânicas em associação com multinacionais.
|
Sint Maarten, Philipsburg
|
1618, 1631,
1648
|
Plantações
algodão, tabaco, açúcar
|
|
8,3%
Crioulo ingl. das I. Virgens
1,5% Papiamento
|
|
Antigua, Saint John
|
1632
|
1674, vindo
de Barbados
|
Plantações
de açúcar irmãos Codrington
|
Crioulo
inglês da Antigua
|
|
Barbuda,
Codrington
|
(1628),
1666
|
1684,
irmãos Codrington
|
|
Crioulo inglês,
ou bajane
|
|
S.
Christophe = Saint Kitts, Basseterre
|
1623, colonos
ingleses; 1624, colonos franceses
partilham
a ilha.
|
1640, açúcar
substituiu taba-co e acabou em 2005.
|
|
Inglês;
Crioulo
de Saint Kitts não é muito falado nem mencionado em documentos oficiais.
|
1607,Jamestown,
Virgínia, primeira colónia inglesa na América
|
Nevis,
Charles-town
|
1628,
família Pin-heiro de Barbados e outros atingiram um quarto da po-pulação da
capital; perto de 200 plantadores.
|
1650, Cana
doce em Nevis dava 50% mais açúcar do que St. Kitts.
|
6000 a
7000 escravos por ano vindos de África passaram, pelo depósito de Nevis.
|
Inglês
Crioulo
de Nevis é mais falado do que em Saint Kitts.
|
|
Montserrat,
Plymouth so-terrada duran-rante erupção 1995
|
1628,
colónia fundada com colonos Irlandeses de Barbados
|
Plantações
de algodão e açúcar, depois de 1660, com caboverdeanos vindos da Guiana.
|
Depois
da erupção, 8000 pessoas abandonaram a ilha, onde só ficaram 5000.
|
Inglês,
Crioulo
não é mencionado
|
Capital
provisória: Brades
Capital
em construção: Little Bay
Metade
sul da ilha evacuada, durante erupção 1995-7
|
Saba,
The Bottom
|
1530-40,
famílias holandesas enviadas de Santo Eustáquio, ilha mais próxima.
|
Plantações
de anil e açúcar , proprietários em Santo Eustáquio
|
Famílias
holan-desas, inglesas e escocesas e descendentes de escravos
|
Holandês
e inglês, Crioulo da Ilhas Virgens
|
|
Saint Barthéle-my = St. Barth, Gustavia
|
1648, 1659,
1665-6, Ordem de Malta
1784–1878, porto franco sueco
|
Cacau e
culturas alimentares
|
Primeiros
habitantes vinham de Saint Kitts
|
Francês
Crioulo
falado a barlavento e francês antigo na outra metade
|
Hoje há
centenas de portugueses trabalhando na indústria de turismo.
|
Guadeloupe,
Pointe-à-Pitre
|
1635,
franceses vindos de St. Kitts
|
XVII,
mais açú-car do que todas as inglesas
|
Caboverdeanos
do Brasil à pro-cura de terras
|
Francês,
Caboverdeano relexificado
|
|
Dominica, Roseau
|
1690,
franceses
1763,
ingleses
|
1690,
madei-reiros
1727,
cana e café
|
Guadelupeanos
no Norte
Martiniqueses
no Sul
|
Inglês
Crioulo
francês da Dominica, Kweyol
Kokoy,
descen-dentes imigrantes Montserr. e Antig.
|
|
Martinique,
Fort-de-France
|
1635, 150
france-ses de S. Kitts, depois maioria de Huguenotes perse-guidos pelo rei;
1688, quase todos fugiram para terri-tórios ingleses;
|
1670, Cabover-deanos
chama-dos depois do sucesso na Gua-dalupe.
Benjamim da Costa planta cacau e
cana doce e instala um engenho.
|
Franceses,
caboverdeanos e escravos
|
Francês,
Crioulo martiniquês ou caboverdeano relexificado
|
Nas colónias
francesas os jesuítas só conseguiram expulsar os judeus depois da morte de
Colbert, 1685. A expulsão dos
portuguees judeus não foi rigorosamente aplicada. Vieram portugueses judeus de França
(Bordéus).
|
Saint
Lucia, Castries
|
1660
franceses,
1660 a
1814 mudou de mãos sete vezes, doze vezes neutra, colonos franceses iam
ficando
1814
ingleses definitivamente
|
Plantações
de cana
Hoje
petróleo, bananas e cerveja de malte
|
Franceses
da Martinica
|
Crioulo
francês de Saint Lucia
|
|
Barbados, Bridgetown
|
Visitada
durante as voltas de África
1518,
colonos esp.
1625,
colonos ingl.
1536-1625,
frequentada pelos portugueses
|
1627,
tabaco, algodão, anil
1640,
cana de açúcar
|
1627,
judeus caboverdeanos, cerca de 300,
1654, sinagoga
Nidhe Israel
|
Crioulo
relexificado em inglês ou bajane, que é também o nome do país e dos
habitantes em crioulo
|
Portugueses
preparavam-se para estabelecer uma base de escala em Barbados, entre Açores e
Brasil, mas desistiram.
|
Saint
Vincent, & Grenadines, Kingstown
|
1627,
franceses da Martinica
1754,
ingleses
1779,
franceses aliados com caraíbas pretos
1796,
ingleses deportam 5000 caraibas pretos.
|
Plantações
de café, tabaco, anil, milho e açúcar
|
Caraíbas
pretos documentados por Colombo (garifuna, pl. garinagu), finalmente
deportados para Belize
|
Crioulo
relexifica-do em francês, em vias de relexi-ficação em inglês
|
|
Grenada,
Saint George’s
|
1649 a
1763, colónia francesa; 1763 – 1974
colónia inglesa
|
Cana de
açúcar, anil
Noz
moscada, cravinho, cacau
|
1649,
povoada por 203 martiniqueses
|
Crioulo
da Grenada relexifi-cado em francês e inglês
|
|
Tobago,
Scarborough
|
1654,
Curlândia; 1762, Ingleses
|
1672-4 Planta-ções
inglesas: algodão, açúcar;
1798,
novas plantações de açúcar
|
1672
|
Crioulo
vindo de outra ilha inglesa
|
Curlandeses, Holandeses, Ingleses, Franceses, Espanhóis
e Suecos ten-tam estabelecer-se, a ilha mudou de mãos 33 vezes.
|
Trinidad,
Port of Spain
|
1797,
Franceses Martiniqueses
1889,
colónia inglesa
|
1797
XIX, Oil,
industry
|
1797,
martini-queses descen-dentes de cabo-verdeanos
|
Crioulo martini-quês
ou crioulo caboverdeano relexificado em francês
|
|
Guyane
Française, Cayenne
|
1503,
1643
|
1636
|
1636 cabover-deanos
vindos do Brasil holandês, ficaram primeiro na ilha de Caiena, depois foram
para Torarica e Savana dos Judeus.
Fins
XIX, portugueses madeirenses
|
Crioulo caboverdeano
relexificado
|
|
Suriname,
Paramaribo
|
1667
|
1636
Bauxite,
turismo
|
|
||
Guyana,
Georgetown
|
Início
XVII; 1831, Guyana inglesa; os holandeses chegaram primeiro: Esse-quibo, 1616, Ber- bice,1627,
Demerara,
1752
|
1636
Hoje, Au,
Al bauxite, arroz, açúcar
|
Creolo
relexificado, inglês, hindi
|
|
|
Bonaire,
Kralendijk
|
1636
|
Madeira
corante, milho, sal,
sem açúcar
|
Clima
seco não convinha para açúcar. Administração comum com Coração
Povoada
por judeus caboverdeanos
|
Papiamento falado é muito
parecido dumas ilhas para as outras, papiamento escrito é muito diferente.
A ortografia é diferente em cada ilha e até muda dum
grupo de pessoas para outro.
A lingua oficial neerlandesa é
língua materna de menos de 10% da população.
|
|
Coração,
Willemstad
|
1634,
1651,portugueses da Holanda com João de Yllan e do Brasil com Isaak da Costa
|
Armação
de navios.
Comunidade
portuguesa mui-to numerosa foi povoar Tucacas, Venezuela, Vir-gens, S. Mart.,
S. Eustáquio.
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Aruba,
Oranje-stad
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1636 holandeses
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Clima seco,
sem açúcar.
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Belize,
Belmopan
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1683, explorado-res
de madeira, 1786, 1798
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O açúcar
ainda é a principal produção agrícola.
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Crioulos
trazidos da Jamaica e Bermuda, pelos lenhadores.
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Kriol de
Belize falado original- mente pelos escravos;
espa-nhol da cozinha; Menonitas
(Igreja Anabaptista) russos da
Ucrânia, falando alemão dialectal.
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No quadro seguinte, as ilhas e territórios continentais estão indicados por ordem geográfica começando ao Norte com as Bermudas e acabando a Sudeste com Aruba e Belize.
Este mapa foi elaborado utilizando informações colhidas na Wikipedia e na
Internete, depois de corrigidas e interpretadas. Como já dissemos, as ilhas e países vão por
ordem geográfica começando ao Norte pela Bermuda e pelas Bahamas, para
descrever o arco das Antilhas para Leste e para Sul, dar a volta para Oeste e
terminar na costa de Venezuela, ilhas ABC e, mais ao norte, em Belize, antiga
Honduras Britânica vizinha de Guatemala e México. O mapa mostra claramente, que o açúcar e o
crioulo chegaram com os caboverdeanos judeus directamente à Guyana, Jamaica,
Barbados, Guadalupe e Martinica e, destas, foram para as outras ilhas e
territórios, com novas gerações de caboverdeanos judeus já nascidos e treinados
nas Caraíbas, como os chamados “mulatos livres” da Martinica.
Há algumas ilhas, que não tiveram plantações de cana doce por terem clima
semi-árido (ilhas ABC, Bermudas) e outras onde não estiveram caboverdeanos, mas
falam crioulo. Nestas últimas, que se
encontram mais perto dos Estados Unidos e que receberam refugiados loyalists, depois da independência dos
Estados Unidos, o crioulo é da subfamília do krio da Serra Leoa.
A evolução das línguas crioulas nas Antilhas e outros países das Caraíbas pode
ser resumida como se segue.
(1) Krio da Serra Leoa
América do Norte e Central
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Krio Americano ou afro-american creole English
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Bermuda
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Krio
descrioulizado
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Bahamas
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Krio das Bahamas
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Turks
& Caicos
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Belize
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Krio ou
crioulo (?) de Belize
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(2) Crioulo Caboverdeano
Fases: Língua Original
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País ou Ilha de Destino
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Nova Língua ou Dialecto
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Ilhas ABC
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Primeira Fase: Crioulo Caboverdeano vindo de Pernambuco,
Brasil Holandês
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Curação
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Papiamento, dialecto do crioulo CV
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Bonaire
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Aruba
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Guiana
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Guyana
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Crioulo CV relexificado em inglês
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Suriname
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Surinamês
= Crioulo CV relex. em holandês
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Guyane française
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Crioulo CV relexificado em francês
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Antilhas
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Jamaica
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Crioulo Jamaicano = Crioulo CV relex. em inglês
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Barbados
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Bajane, crioulo CV relexificado em inglês
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Guadalupe
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Crioulo CV relex. em francês, Guadelupeano
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Martinica
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Crioulo CV relexificado em francês, Martiniquês
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Segunda Fase: Papiamento, Crioulo da Guadelupe
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Santo Eustáquio
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Dial. Papiamento
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Dial. Papiamento, Crioulo da Guadelupe
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Saint Barthélemy
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Dialecto crioulo da Guadelupe
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Ilhas Virgens
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Segunda Fase: Crioulo Cabo-verdeano da Guiana
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Danish Virgin Islands
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Crioulo CV relexificado em inglês; relexificação e/ou descrioulização mais
adiantada em Saint Croix
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Saba
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Segunda Fase: Crioulo das Ilhas Virgens, léxico Inglês
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Saba
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Crioulo das Ilhas Virgens com léxico inglês
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Antilhas colónias
francesas
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Terceira Fase: Crioulo da Martinica e Guadalupe
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Dominica
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Crioulo CV relexificado em francês e alternadamente
ou depois em inglês
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Saint Lucia
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S. Vincent et Grenadines
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Grenada
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Trinidad
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Antilhas, colónias
inglesas
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Terceira Fase: Crioulo da Jamaica
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Cayman
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Dialecto crioulo jamaicano, léxico inglês
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Terceira Fase: Crioulo de St. Kitts
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Anguilla
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Dialecto crioulo da Angulla, léxico inglês
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Pequenas Antilhas
Inglesas
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Terceira Fase: Bajane de Barbados
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Antigua
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Dialectos do crioulo Bajane, léxico inglês
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Barbuda
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Saint Kitts
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Nevis
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Montserrat
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Ilhas Virgens Inglesas
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Terceira Fase: Crioulo de Saint Vincent
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Tobago
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Crioulo de Tobago, léxico inglês
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Terceira Fase: crioulo de Monserrat (e da Martinica?)
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Haiti
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Crioulo Haiciano, ou Ayisyen
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Belize
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Terceira Fase:
Crioulo da Jamaica, Krio das Bermudas
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Belize
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Kriol
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Pequenas Antilhas
Inglesas
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Quarta Fase: descrioulização
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Montserrat
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Mais de metade da população (60 %) foi para o Reino
Unido depois de erupção
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Saint Kitts
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Falta de interesse pelo crioulo (?), colónia inglesa
mais antiga
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Bermuda
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Proximidade dos USA já descrioulizados pelos
professores das escolas primárias
|
Neste mapa, a primeira fase é a chegada do crioulo caboverdeano vindo do Brasil, a sua utilização, em vários territórios, e a sua evolução, nesses territórios, dando origem aos primeiros dialectos e línguas crioulas das Caraíbas, como o papiamento. A segunda fase representa a passagem desses primeiros dialectos e línguas a outras ilhas distantes, sem relexificação. A terceira fase compreende relexificações em francês e inglês, geralmente uma a seguir à outra, às vezes em mais do que uma alternância. A quarta fase é a descrioulização. Este mapa toma em consideração a história da deslocação dos falantes com a tecnologia do açucar, que não pode esclarecer todos os problemas, sem o estudo comparativo das línguas e dialectos, como por exemplo, em Belize, onde chegaram dois crioulos originais ao mesmo tempo ou, em Haiti, onde o açúcar e o crioulo parece terem chegado de Montserrat, mas também pode ter havido influência do martiniquês. Resta a fazer o estudo comparativo das línguas crioulas das Caraíbas, para confirmação e aprofundamento destes conhecimentos e rigorosa classificação.
Em comparação com a francesa e a inglesa, a relexificação em neerlandês foi
muito limitada e só se verificou na Guiana e nas Ilhas Virgens Dinamarquesas,
que foram compradas pelos Estados Unidos da América. No Surinamês cerca de 16% do léxico é de
origem neerlandesa, ao passo que no saramacano há menos de 5% de palavras de
origem neerlandesa. Nos vales dos rios
Berbice e Essequibo apareceram no século XVII duas línguas crioulas
relexificadas em Neerlandês e mutuamente compreensíveis chamadas
respectivamente crioulo holandês e skepi.
Um crioulo relexificado no dialecto da Zelândia foi levado pelos
refugiados holandeses de Santo Eustáquio para as Ilhas Virgens
Dinamarquesas. Outro crioulo
relexificado em neerlandês chegou a Nova Jersey com colonos holandeses vindos
das Caraíbas. Todos estes crioulos
extinguiram-se, o mais tardar, no fim do século XX.
No primeiro mapa não damos informações exaustivas sobre a actual economia
dos países e ilhas das Caraíbas, só alguns exemplos. A primeira observação é que, nesses países,
como, em Cabo Verde o turismo é muito importante. Muitos têm também (Haiti, por exemplo) uma
forte emigração. Mas estão todos à
frente de Cabo Verde, com muitas multinacionais instaladas a trabalhar e muitas
pequenas indústrias electro-mecânicas e outras de produtos de consumo local e
exportação. Alguns têm petróleo
suviciente até entrarmos na era da energia solar. Também têm paraísos fiscais e entraram na
globalização, para onde Cabo Verde precisa de voltar directamente, sem dar a
volta à África, afim de lá chegar mais depressa.
Parece que Cabo Verde não teria nada a perder, se estivesse associado, como
já esteve, a esses seus descendentes e a essas suas antigas colónias da América,
antes pelo contrário. Já lá está o
Brasil com o seu braço forte e mão amiga, em Haiti.
Cabo Verde também teria muito a ganhar, se os seus políticos comparassem os
índices do seu desenvolvimento económico aos destes países, em vez de os
compararem aos de África e da “região”, para depois se gabarem e apresentarem o
atraso como se fosse progresso e brilhante desempenho político dos dirigentes
do PAICV.
Apresentámos aqui cerca de trinta e cinco dialectos e línguas da família do
crioulo caboverdeano, na América. Em
África e à volta de África, temos mais uns sete ou oito, sem contar os que ainda
que se falam da Libéria até aos Camarões, subfamília do krio. Na Ásia, subsistem sete. O total é de cerca de cinquenta. Acrescentando os que se extinguiram, na Ásia o
número total ultrapassará certamente sessenta, sem contar a maioria dos
dialectos da subfamília mal conhecida do krio, dos quais só contámos três na
América Central e outros três em África.
Os léxicos das línguas desta família derivam do português, inglês e
francês, com contribuições mínimas de outros variadíssimos acrolectos, onde se
destacam o holandês, o castelhano, o tagalá e o cebuano. A família do crioulo caboverdeano tem mais de
cinquenta línguas e dialectos, que ainda se falam e mais de vinte que se
extinguiram. Menos de dez estariam em
vias de se extinguirem.
A família do crioulo caboverdeano ficará com umas quarenta línguas e
dialectos e Cabo Verde deve preparar-se para fazer face às suas
responsabilidades de país da língua mãe, promovendo uma academia internacional das
línguas crioulas e o estudo das línguas filhas, que deviam aproximar-se, em vez
de se afastarem, como está a acontecer em Cabo Verde, quando nem a Guiné foi
consultada, muito menos associada aos projectos desenvolvidos depois de
independência pelos linguistas marxistas-leninistas do PAICV.
Em Cabo Verde, o desastrado culto marxista-leninista da personalidade de
Amílcar Cabral começou com a sua ridícula nomeação para pai da nação e logo
todos se esquecerem que tinha dado a sua vida para reconstruir a unidade dos
povos da Guiné e de Cabo Verde. Essa
unidade falhou na política da “luta”, mas precisa de ser realizada ou restabelecida
pelo trabalho e desenvolvimento em comum.
Não vamos aqui avaliar o número de falantes de línguas crioulas nas
Antilhas e Caraíbas. Basta dizer que se
aproxima de vinte milhões, mais precisamente 17.800.000 segundo os números
fornecidos por Sublet.com (2017, Caribbean Information, https://www.sublet.com/information/caribbean.asp). Na África Ocidental há cem milhões de pessoas
que utilizam línguas crioulas para se entenderem, mas, em Cabo Verde, os inventores
do ALUPEC esqueceram-se que as línguas faladas sem literatura escrita estão no
continente vizinho, não estão no arquipélago.
Cabo Verde não chamou ninguém para aprender a escrever crioulo e não
pode isolar-se no meio do oceano, tem de se abrir à cooperação em todos os
azimutes.
1 comentários:
Chamo-me João Mendes. Gostaria de ter o contacto do senhor Mucangana. O meu contacto email é jmendes52@gmail.com ou telefone 991 23 79. Muito obrigado!
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