Tornou-se “normal” ou quase isso, ouvir jovens quadros licenciados ou estudantes das nossas universidades locais, tratarem o mais velho, o superior hierárquico, as pessoas que estão a conhecer pela primeira vez: por “tu”! Exactamente: Por “tu”! Usando a forma verbal na 2.ª pessoa do singular sem desconfiar da enorme «gaffe» que estão a cometer.
Pessoalmente, tenho “sofrido” com esse tratamento familiar, íntimo e normal entre colegas, mas trato imediatamente de corrigir o meu jovem interlocutor, sempre que posso, sobretudo se se trata de alunos universitários ou a isso aspirante e que não sabem utilizar a forma verbal – que estão a empregar – na 3.ª pessoa do singular e numa situação formal de fala, ou quando se dirigem a mais velhos.
Exemplos disso colecciono-os fartamente. Este por exemplo, em plena aula: «Professora, vais (em vez de vai) entregar os testes hoje?» Ou, quando bato à porta da sala antes de entrar e pergunto: «Posso entrar?» Ouço como resposta: «Podes!» (em vez de pode) Esta «nova» gramática que seria irreverente se não fosse praticada por pura ignorância, está alastrar-se e a ganhar dimensões formalmente incorrectas entre nós. É escutar de jovens senhores engenheiros, ou senhores doutores – maioritariamente formados ou em formação nas universidades locais – a tratar por «tu» e em plena ocasião formal da fala, gente mais velha, ainda que colega de trabalho, mas sem intimidade que permita esse tratamento! Por desconhecimento das regras da fala formal.
Na verdade torna-se quase exasperante, actualmente ouvir gente portadora de um diploma, gente jovem universitária ou de muita escolaridade não saber empregar correctamente a forma verbal na terceira pessoa do singular!
Para os lusófonos de uma maneira geral, os que cá estão a trabalhar ou a viver, ou que nos visitam, estranham esta forma de tratamento interpessoal do cabo-verdiano, que sem qualquer “laço” ou intimidade que o autorize, expressam-no logo ao primeiro contacto.
Isto «ilumina» também um pouco a questão: como vai a nossa língua segunda?
Torna-se necessário e urgente uma acção concertada dos professores, nomeadamente, os da Língua portuguesa de todos os níveis escolares, ensinarem os alunos como se dirigir, como tratar as pessoas mais velhas, os professores, os superiores hierárquicos, isto é, ensiná-los que, nestas situações, ao empregar qualquer forma verbal devem sempre ir buscá-la à 3.ª pessoa do singular.
Bom seria que os professores cabo-verdianos começassem por despistar este erróneo emprego da forma verbal na 2.ª pessoa do singular, tratando eles próprios os seus alunos na formação post-secundária ou universitária com a forma verbal na 3.ª pessoa do singular e não por «tu», pois que, o aluno/formando actual, por desconhecimento de regras formais sociais, não apreende e não distingue em que meio e/ou em que situação deve tratar ou não por “tu”.
Pessoalmente, tenho “sofrido” com esse tratamento familiar, íntimo e normal entre colegas, mas trato imediatamente de corrigir o meu jovem interlocutor, sempre que posso, sobretudo se se trata de alunos universitários ou a isso aspirante e que não sabem utilizar a forma verbal – que estão a empregar – na 3.ª pessoa do singular e numa situação formal de fala, ou quando se dirigem a mais velhos.
Exemplos disso colecciono-os fartamente. Este por exemplo, em plena aula: «Professora, vais (em vez de vai) entregar os testes hoje?» Ou, quando bato à porta da sala antes de entrar e pergunto: «Posso entrar?» Ouço como resposta: «Podes!» (em vez de pode) Esta «nova» gramática que seria irreverente se não fosse praticada por pura ignorância, está alastrar-se e a ganhar dimensões formalmente incorrectas entre nós. É escutar de jovens senhores engenheiros, ou senhores doutores – maioritariamente formados ou em formação nas universidades locais – a tratar por «tu» e em plena ocasião formal da fala, gente mais velha, ainda que colega de trabalho, mas sem intimidade que permita esse tratamento! Por desconhecimento das regras da fala formal.
Na verdade torna-se quase exasperante, actualmente ouvir gente portadora de um diploma, gente jovem universitária ou de muita escolaridade não saber empregar correctamente a forma verbal na terceira pessoa do singular!
Para os lusófonos de uma maneira geral, os que cá estão a trabalhar ou a viver, ou que nos visitam, estranham esta forma de tratamento interpessoal do cabo-verdiano, que sem qualquer “laço” ou intimidade que o autorize, expressam-no logo ao primeiro contacto.
Isto «ilumina» também um pouco a questão: como vai a nossa língua segunda?
Torna-se necessário e urgente uma acção concertada dos professores, nomeadamente, os da Língua portuguesa de todos os níveis escolares, ensinarem os alunos como se dirigir, como tratar as pessoas mais velhas, os professores, os superiores hierárquicos, isto é, ensiná-los que, nestas situações, ao empregar qualquer forma verbal devem sempre ir buscá-la à 3.ª pessoa do singular.
Bom seria que os professores cabo-verdianos começassem por despistar este erróneo emprego da forma verbal na 2.ª pessoa do singular, tratando eles próprios os seus alunos na formação post-secundária ou universitária com a forma verbal na 3.ª pessoa do singular e não por «tu», pois que, o aluno/formando actual, por desconhecimento de regras formais sociais, não apreende e não distingue em que meio e/ou em que situação deve tratar ou não por “tu”.
2 comentários:
Serei um Coralino,
...//O vermelho contracena com o azul do mar//céu/Este que nos lembra o ilimitado/ e o limite da nossa alma enclausurada/...numa língua de duas bandeiras.
Nós... fazer o quê?
Obrigado, Doutora!
Et.
"You can pay for school but you can't buy class"
Education begins at home, but lately priorities have changed worldwide. The images portrayed in the media and our environment have misled an entire generation, or even possibly two generations. Many of us forget to view the individual as a social creature obligated to each other through relationships. These may include the relations between government and its citizens, parent and child, elder and younger, husband and wife, or even friend and friend. Basis of Confucianism. It defines the rules in the engagement, action, and responsibilities in all human relationships and interactions. Proper conduct proceeds not through compulsion, but through a sense of virtue and self-consciousness achieved by learning, observing and practicing.
If the youth aren't taught how to interact with others in social settings, nor is he/she observing them in their environment, how are they expected to practice or demonstrate "educacao e respeito"?
It is up to us, "os professores" to serve as models and fill in the gaps of their education.
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