Contaram-me, não ouvi e nem vi. Andava eu na pátria de Dante Allegheri em turismo histórico pela bela Itália.
Contaram-me que o nosso PM terá discursado em crioulo, em língua cabo-verdiana na sessão de Outubro das Nações Unidas.
Não sei os motivos que o terão levado a usar a sua língua materna de uso interno, no plenário internacional, quando ele possui, sobretudo para essa finalidade, a nossa também língua portuguesa que é pertença de uma vasta comunidade.
Se foi para “colocar” Cabo Verde, em algum roteiro exótico, não tenho tanta certeza que ele o terá conseguido, visto que hoje o investimento e o turismo procuram destinos que falam algum idioma mais global…
Resultado: as delegações presentes de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal, numa palavra e ironicamente, a CPLP, saíram da sala, pois nada entendiam da fala do orador, com a agravante de não ter sido providenciado qualquer serviço da tradução do crioulo para o português.
Duma assentada o PM cabo-verdiano criou alguns anti-corpos com o seu exotismo. Pois o facto de a CPLP o não ter percebido é no mínimo bizarro, pois ele (o PM cabo-verdiano) é portador da língua comum, base da fundação da grande instituição que historicamente une os países e os povos que a falam, a escrevem e são nela escolarizados.
Será que ao PM cabo-verdiano faltou a noção de escala e de contexto da língua cabo-verdiana ou do crioulo ao nível global? Será que ele incluiu também a tremenda e a estrutural dependência deste pequenino país?
Fica aqui este registo … sem glória.
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