Educação – um sector
prioritário
Este País, sem quaisquer recursos, só pode apostar na
Educação. Uma Educação de qualidade. De onde sairão seguramente elites. O resto
virá depois pelas mãos das elites altamente educadas saídas desse processo. Não
tenhamos medo de falar em elite, um núcleo de saberes e competências. Qualidade
no Ensino não é um slogan, à boa maneira dos países comunistas, e acontece. Tem
de ser um desígnio. Requer organização, um recrutamento apertado de professores
com testes de domínio da língua – não esquecer que toda a bibliografia de
suporte do Ensino é em Português – e da área da sua competência e não essa
amálgama que hoje temos de quem não tem outra saída, vai para o ensino; e, só
se basta num sistema totalmente virado para a meritocracia.
São os professores que definem a qualidade do Ensino. Não se
pode ter qualidade com professores medíocres nem com políticos que reduzem os
problemas da Educação/Ensino à escala sindical – carreiras e salários.
Em vez de estarmos a perder tempo com nacionalismos
mesquinhos em saber se o ministro da educação é francês, inglês ou chinês,
devemos indagar antes pelo seu perfil: Se mostrou conhecer bem o País e a sua
gente; se tem visão estratégica do que o País realmente precisa para o seu
desenvolvimento; se tem força política para implementar a sua estratégia; e
ainda se tem coragem para enfrentar os incidentes que derivem da incontornável
mudança de paradigma dada a situação caótica e vergonhosa hoje existente, em que
temos doutores que mal sabem escrever o português. Não pode ser apenas um alto funcionário,
um bom técnico. Tem de ser, fundamentalmente, um excelente político.
Não vale a pena estarmos a falar de portos de águas profundas
e aeroportos para todas ilhas, porque isto na maioria dos casos é precisamente
falta de estratégia – o caminho mais simples – e pura demagogia. E muito menos
da fantasia do “hub” com um fortíssimo concorrente colado a nós com uma
vantagem que nos faz perder toda a ilusão: está ligada por terra – camiões – a
todo o continente africano.
Sem uma aposta séria na Educação/Ensino vamos continuar
sempre com a mão estendida…
Pediste-me uma opinião resumida, aqui a tens.
A. Ferreira
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