A indolência
cabo-verdiana é fruto do clima e do tipo de alimentação, ou consequência de uma
doença de vontade?
Presidente: Abordado este, parece-me
que podemos passar ao terceiro tema: «A indolência cabo-verdiana é fruto do
clima e do tipo de alimentação, ou consequência de uma doença de vontade?»
Jorge Barbosa: Eu preferi escrever uns
apontamentos sobre o que quero dizer. As minhas considerações são consequência
da minha experiência, talvez longa e muito sentida, da vida cabo-verdiana.
Serão uma opinião muito pessoal.
Indolência
cabo-verdiana.
Eis
não um problema, mas apenas um caso, variadíssimas vezes trazido à baila das
discussões.
Mas
existe a apregoada indolência cabo-verdiana?
Na
verdade, confesso-o, parece, algumas vezes parece, que essa indolência existe,
a avaliar de certos flagrantes de abandono físico e de poupança nos movimentos
e nos esforços, que aqui e ali surpreendemos na +população – melhor, em alguns
indivíduos da população.
Permita-se-ma,
antes de mais, uma rápida digressão, na qual procurarei, sem alargar pormenores
e sem entrar nos domínios da Economia Política, dizer o pouco que sei ou que
entendo do trabalho como auto-obrigatoriedade, como estímulo e até como
sacerdócio e finalidade:
a)
O
trabalho, primeiramente, é uma obrigatoriedade que a nós mesmos nos impomos:
implica com a nossa sobrevivência; neste caso é luta quotidiana e surge como
que em consequência de um anátema bíblico; lá estão as clássicas frases
«ganharás o pão com o suor do teu rosto», «comerás o pão que o diabo amassou»,
etc.
b)
O
trabalho resulta duma ambição: com ele procuramos a melhoria da nossa situação
económica e financeira, e, assim, é um meio de para adquirirmos, mesmo além das
nossas necessidades elementares, o com que possamos tornar a vida para nós o
mais confortável possível; é ambição ainda, e sobretudo, quando tem em mira a
acumulação de riquezas;
c)
O
trabalho é sacerdócio; lembro agora a acção missionária dos que, de há séculos,
com sacrifício ou não da própria vida, teimaram e teimam – e quantas vezes o
conseguem! – levar aos corações mais distantes a palavra confortadora de
Cristo; lembro os homens verdadeiramente abnegados, os homens de ciência e
quantos outros que altruisticamente dedicam os seus esforços, as suas vigílias,
a sua inteligência, ao bem da humanidade.
Em
qualquer dos casos vemos que o trabalho necessita de estímulo. A defesa, pois,
da nossa sobrevivência, a ambição, o progresso e o bem do homem são estímulos
do trabalho.
Mas,
principalmente, o grande, o insistente estímulo do trabalho é a sua justa
retribuição pecuniária.
Posto
isto, vejamos o caso do simples homem trabalhador destas ilhas. Vejamos o homem
da terra, tão cheia, por vezes, de surpresas e desesperanças, o carregador, o
pedreiro, etc.; vejamos o homem dos nossos mares, o marinheiro dos nossos
frágeis veleiros, o pescador, o catraeiro do Porto Grande, etc. Qual o seu
estímulo pecuniário em relação ao esforço que despendem? Não vale a pena
estimar a média de tão escassos proventos. Qual a certeza do seu futuro? Um seguro
social para a velhice? Um retiro para quando chegar a invalidez? Onde estão
eles?
Que
estímulo pode ter o homem pobre da nossa terra para o seu trabalho? O único
será o da sobrevivência. Mas este quantas vezes não fica anulado por um germe
de silenciosa revolta que reside no fundo das almas?
Deste
modo, e se, de facto, existisse a apregoada indolência cabo-verdiana,
poderíamos talvez explicá-la simplesmente com a falta de estímulo, quase total,
que afecta como uma fatalidade (corrigível entretanto) a vida das mais humildes
classes trabalhadoras do arquipélago.
Mas
continuo perguntando: existe verdadeiramente a tão falada indolência
cabo-verdiana?
E o
esforço e a canseira daqueles nossos marinheiros e pescadores, daqueles nossos
homens de enxada? E a actividade dos homens das nossas marinhas?
E
essa labuta do dia a dia das mulheres do povo, percorrendo longos e duros
caminhos, num vaivém porfiado, com cargas pesadas à cabeça (produtos agrícolas,
lenha, bosta até, este dejecto animal que é também combustível nos lares
desamparados)?
E o
trabalho das crianças? As crianças pobres também carregam, também trabalham,
mais do que brincam. Só por si já é trabalho esforçado o percurso diário da
infância rural cabo-verdiana por quilómetros multiplicados de chão áspero e
abrasante, a caminho e no regresso da escola, com o estômago vazio.
Mas
existe a falada indolência cabo-verdiana? Não haverá mais do que tudo a
ausência do estímulo do trabalho?
Insisto
neste ponto do meu apontamento.
Vejam
o exemplo das carregadeiras do cais de S. Vicente, quando transportam sacos de
farinha. Sacos de farinha também é um exemplo. A retribuição deste trabalho
normalmente é por volume transportado. Poucos tostões, muito poucos, por cada
um. E elas lá vão, num formigueiro humano, veloz e impressionante, levando o
carregamento para os armazéns da Alfândega para os dos comerciantes. E voltam,
sempre correndo, para levarem mais e mais sacos à cabeça. O estímulo da
actividade que desenvolvem tão exaustivamente não será retribuição pecuniária em
si, bem irrisória, mas a +possibilidade de multiplicarem os poucos tostões que
recebem por cada percurso. Mesmo assim, no fim do dia fatigante, quanto teria
recebido cada uma das carregadeiras?
Mas
haverá a falada indolência cabo-verdiana?
E
esses milhares dos nossos emigrantes espalhados pelos mares e pelos recantos da
terra? O que fazem lá fora? Vida aprazível de turista, com itinerário da Cook
na algibeira e Kodak a tiracolo? Não. Procurem-nos, mesmo que for na
imaginação. Neste momento talvez se encontrem ao leme de algum cargueiro,
enfrentando os temporais do Gulf Stream, ou lá bem no fundo do navio,
suportando o calor infernal das fornalhas. Talvez se encontrem nos campos da
Califórnia lavrando a terra fértil dos estrangeiros, quer faça sol (o sol daqueles
lados menos violento do que o nosso) quer seja Inverno (mas o frio por ali é
mais castigador que a brisa penetrante do Alto da Cruz de Renda da ilha do
Fogo). Talvez se possam ver no porto de Buenos Aires ao serviço pesado da
estiva. Talvez nos deparemos com eles, aqui e ali pelo mundo, lutando pela
existência, contentes também, gozadores da vida e do amor nos momentos de
folga.
Mas
haverá a falada indolência cabo-verdiana?
Meus
amigos, se toparem com algum cabo-verdiano estirado à sombra de qualquer árvore
frondosa, em largada soneca, não o acordem; se o virem na praia, deitado no
fundo de um bote, como se tratasse de simples rede de repouso, deixem-no em
paz; se passarem por um grupo entretido em biscada barulhenta, não incomodem
ninguém. São momentos de todos nós em todas as latitudes.
Se
determinado trabalho que se está executando, construção, sementeira,
transporte, não dá rendimento, se o pessoal actua com certa moleza, antes de se
pensar na preguiça não será demais um exame de consciência no qual o factor
salário entre em apreciação.
Mas
existe a falada indolência cabo-verdiana?
E
esses milhares de insignificantes lavradores, sem posse para o recrutamento dos
jornaleiros, trabalhando sozinhos, auxiliados apenas pela família, pelo amanho
da nesga de terra que possuem, nas regas, na guarda das hortas, de dia e de
noite, sem contar com o carregamento dos minguados produtos que eles mesmos têm
que fazer para o mercado distante?
Antes
de se falar na apregoada indolência cabo-verdiana, é melhor encarar primeiro a
presença de uma passividade resistente, talvez instintiva, surgindo em
contraposição a insuficiência dos salários.
Meus
senhores, a indolência cabo-verdiana…
Eu
não creio nela.
Augusto Miranda:
Alguns metropolitanos me têm dito que a apregoada indolência cabo-verdiana é
uma lenda e que, por exemplo, em Santiago os trabalhadores trabalham dez vezes
mais do que deviam. Eu li em tempos, numa obra sobre O Futuro da raça branca, que o italiano e o irlandês na Europa têm
pouca produção, mas vão para a América e passado pouco tempo são tão activos e
laboriosos como os americanos, porque a alimentação é outra. Em Santo Antão, e
aqui, dizem, e também na Itália: «o saco vazio não se põe em pé».
Baltasar Lopes: Eu concordo com o que
disse o Jorge Barbosa e o Sr. Miranda. Suponho que o problema da
indolência, inaptidão individual do cabo-verdiano para o trabalho é um problema
que hoje seriamente ninguém põe ou, melhor, que ninguém discute. Conheço muito
bem esses fados: o fado do estímulo, o fado do salário. Agora o Sr. Dr. Almerindo Lessa põe o problema em termos
talvez mais concretos da indolência colectiva, e parece-me que é essa
indolência que nós precisamos de considerar.
Júlio Monteiro: O Sr. Dr. Almerindo Lessa para demonstrar a sua
afirmação…
Almerindo Lessa: A minha pergunta.
Júlio Monteiro: … a sua pergunta sobre a
indolência, citou vários pontos relativos todos à ilha de S. Vicente. Disse
verdades que nos custam, mas que são verdades. Isto demonstra, a meu ver,
talvez uma falta de vontade administrativa permanente. Mas quem desembarcasse
aqui há pouco mais de cem anos, nesta cidade onde há todas as carências, o que
é que encontraria? Absolutamente ninguém. Vida, só a das cabras!
Foi com o elemento propriamente
cabo-verdiano, miscegenizado, preparado em outra ilhas, que desta terra onde
não havia coisa alguma se fez esta cidade: se calcetaram as ruas, se
construíram as casas, se lavrou muita terra para o interior, se trabalhou neste
porto. Quer dizer: a existência da própria cidade é o desmentido mais formal da
indolência do cabo-verdiano. Agora continuamos a ter faltas. Outras
necessidades de carácter local que demonstram lentidão, talvez uma falta de
vontade permanente no plano superior. Mas a cidade em si, esta obra que nós
construímos e que existe, destrói por completo a lenda da tal indolência. Agora
sejamos realistas. Nós todos temos razão de sobra para dizer que a nossa
produção em trabalho manual ou em trabalho intelectual é inferior àquilo que
poderíamos fazer. Se a gente comparar o cabo-verdiano com o madeirense, por
exemplo (e digo o madeirense por ser um ilhéu como nós e um ilhéu cuja formação
se fez em grande parte como a nossa) não podemos deixar de reconhecer que o
madeirense é activo, é empreendedor, é ambicioso, enquanto o cabo-verdiano é mais
lento, não tem ambições por aí além e produz menos. Se entendermos as coisas
nestes termos de comparação, quer dizer, se tomarmos por ponto de partida e
confronto dois povos ilhéus, o cabo-verdiano e o madeirense, não podemos deixar
de reconhecer que eles trabalham mais do que nós. Agora, os termos de
comparação para serem exactos, deveriam referir-se a duas posições geográficas
iguais: povos do mesmo sangue, da mesma raça e colocados no mesmo local. Ora a
verdade é que a Madeira, com o clima completamente diferente do de Cabo Verde,
tem condições climáticas e económicas diferentes. O povo madeirense está, neste
ponto de vista, mais beneficiado. Mas a verdade é que quando o madeirense e o
cabo-verdiano saem do seu habitat e
se colocam num habitat estranho nós
assimilamos esse ambiente e produzimos tanto e tão bom ou melhor do que eles.
Portanto a nossa indolência só se poderá aceitar como lentidão na execução de
qualquer trabalho, e proveniente de factores climáticos e económicos e ainda
daqueles factores sociais que Jorge Barbosa citou.
Baltasar Lopes: Eu talvez substituísse
essa expressão por frustração, frustração secular.
Júlio Monteiro: Está bem. Pode ser.
Baltasar Lopes: a nossa falta de um
sentido colectivo de actividade resulta de uma frustração secular. Esperanças
perdidas nas realizações prementes, elementares. Parece que o mais simples é o
mais difícil de conseguir. O cabo-verdiano está farto de ouvir falar de coisas
que se não realizam. A certa altura o cabo-verdiano, a meu ver, põe o problema
de Montaigne: «À quoi bon!» Para quê? Para quê
trabalhar, para quê pensar, para quê? Porque afinal de contas, não se encontra
realização. Quer dizer: uma frustração secular e, como causa ou consequência
dessa frustração, o nosso fraco espírito associativo, que talvez se explique
também pela carência de condições individuais. Não há assistência à iniciativa
individual e esta falta frustra-nos.
Teixeira de Sousa: Eu peço licença
para acrescentar alguma coisa a este problema. Eu queria perguntar ao Sr. Dr. Almerindo Lessa qual o sentido em que se
pode tomar a frase «o exemplo dos escolares da bacia do Sado» dentro do
conceito da indolência e dos factores que condicionam essa indolência.
Parece-me que o Sr. Dr. Almerindo Lessa
liga nesta expressão o factor racial pelo facto de nessa zona de Portugal se
encontrar diluído sangue negro. E vamos cair assim no mesmo problema de há
bocado da sensualidade ligada à raça africana.
Almerindo Lessa: Evidentemente que, para
mim, que me limitei a ser eco e intérprete de uma dúvida ou de uma impressão
que os cabo-verdianos deixam sistematicamente à maior parte dos estrangeiros,
se eu para tal situação – que pus como hipótese de estudo – tivesse uma
explicação biológica ligada à raiz de onde eu próprio provenho, não teria de pôr
a pergunta assim. Pois que então essa indolência, a existir, teria a mesma
origem que a do homem do Alentejo ou do Minho.
Para eu pôr esta pergunta deste modo teria
que admitir outra raiz. Quando eu comecei a encontrar sistematicamente uma
referência sobre a indolência dos homens de Cabo Verde recordei-me de uma
experiência de leitura colhida por mim nos escolares da bacia do Sado. Em 1937,
ao preparar uma tese para um Congresso Internacional de Medicina Escolar e ao
estudar os resultados académicos de meia dúzia de anos seguidos, cujo acesso me
fora permitido, encontrei como referência quase permanente dos professores dos
liceus que ficavam ao Sul do Sado que os estudantes eram mais inactivos, mais
preguiçosos e com menor comportamento escolar do que aqueles que viviam acima
do Sado, e, como é próprio do espírito humano, eu procurei tentar compreender
porquê. Não era fácil encontrar uma explicação (falta de alimentação, maus
tratamentos em casa, desfasamento entre a idade mental e o nível das aulas)
porque o fenómeno era anual, sistemático e de todas as classes. E como em todos
os livros que estudam o homem negro vêm referências psicomentais semelhantes,
abstraindo mesmo das condições de casa e alimentação; sabendo eu, da existência
de uma raiz negra na bacia do Sado, onde nos séculos XVI e XVII alguns povos
chegaram a perder 90% dos fogos e onde a falta de braços e de outra qualquer
energia promoveram uma importação de escravos que foram posteriormente
libertados e diluídos na população – era admissível, como hipótese de trabalho,
que aquela mancha de mau rendimento escolar pudesse ter como explicação a
persistência de uma raiz afra. Essa hipótese foi muito criticada, mas foi
lembrando-me dela que, ao estabelecer esta pergunta, eu acrescentei, de coração
aberto, que, por mim, à falta de outra, eu teria uma explicação de
circunstância.
Teixeira de Sousa: A propósito da
indolência eu queria apresentar dois exemplos e serei muito breve. Suponho que
só a geografia humana poderá explicar todos estes problemas. E a geografia
humana inclui várias ciências subsidiárias, uma delas a própria Biologia. Mas
vamos aos dois exemplos.
É conhecido, e vários autores a isso tem
referido, o destino dos duros ingleses que colonizaram na América os estados da
Nova Inglaterra e as ilhas Bahamas. Enquanto aqueles que se fixaram nos estados
da América do Norte conseguiram de facto criar ali mais uma civilização
esplendorosa e rica, os ingleses da mesma cepa que colonizaram as ilhas Bahamas
fracassaram. Pode-se mesmo dizer que esses ingleses que se fixaram no mar das
Caraíbas, por exemplo em Jamaica, transformaram-se em menos de cem anos, por
tal forma que foram chamados «pobres trastes humanos». Tornaram-se indolentes e
carregaram-se de todos os vícios. Choveram as explicações. Diziam uns que por
causa do clima tórrido, morno; outros por causa da alimentação pobre; outros
ainda explicaram isso pelo alcoolismo (um autor, cujo nome não recordo, chegou
a dizer que um domingo em Jamaica matava mais gente do que todas as doenças ali
reinantes – porque aos domingos se embebedavam.); outros ainda explicaram essa
quebra de energia pela organização económico-social, em franca decadência pela
derrocada da cana do açúcar.
Outro exemplo, fruto da minha experiência,
foi o que eu pude observar na nossa longínqua ilha de Timor. Quando ali cheguei
fiquei chocado com o aspecto apático, miserável, da população da cidade de Díli
e de quase todo o litoral. Era só eu e a minha mulher. Pois foi preciso meter
em casa quatro serviçais para poder comer e ter a casa arranjada. Porque um só
se ocupava da cozinha, outro limpava a casa e servia à mesa, outro apenas
acarretava água e o quarto apenas ia buscar lenha. E cheguei à conclusão de que
com menos não me safava. Depois conheci a montanha e contactei com outros povos
mais vigorosos, mais enérgicos, fisicamente mais compostos. E foi na montanha
que pude ver coisas interessantes do folclore de Timor, porque em Díli nem
sequer tinha ouvido uma gargalhada. Foi na montanha que ouvi o coro das cabeças
cortadas e a dança guerreira, que é ao mesmo tempo de uma violência e de uma
poesia enormes. Passado pouco tempo eu tinha a chave da explicação do
comportamento do timorense do litoral e daquele que vive a mais de 800 metros
de altitude. Era o clima, sim, pela sua acção indirecta (no litoral há muita
malária, muita parasitose intestinal, muita bouba e outras doenças próprias de
uma ilha que fica a 8 milhas do Equador, mas que praticamente eram inexistentes
na montanha). No litoral o regime alimentar era mais pobre do que o da montanha,
apesar de ser precisamente na zona litoral que os terrenos são mais férteis e
onde é possível duas culturas de cereais por ano, mas a população cultiva
apenas um pedaço exíguo de terreno, porque não tem energia para cultivar mais.
Portanto, passa fome porque as doenças que carrega não lhe permitem executar o
labor da agricultura, e na montanha, com terrenos mais acidentados, mais
sujeitos à erosão, o regime alimentar é superior. O autóctone da montanha
cultiva em larga escala porque é mais saudável. Simultaneamente, penso que a
indolência cabo-verdiana não é fatalismo racial; podemos mesmo dizer que não se
trata de um fatalismo climático, porque este pode ser vencido pelo homem e só
quando não é vencido é que produz a indolência e outras fatalidades.
In
CABO VERDE – Boletim de Propaganda e
Informação, Nº 101 – Fevereiro de 1958
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